Em gestão corrente ...como o País...

Julho 27 2009
 
 
 

in "Cadernos de poesia 4, O poeta apresenta o poeta"
Publicações D. Quixote, Lisboa, 1969
 

 

emgestaocorrente às 10:07

Dezembro 13 2008

     

   De volta ao "Corte na aldeia": 

Transitórias estátua
Meninas de bicicleta
Que fagueiras pedalais
Quero ser vosso poeta!
Ó transitórias estátuas
Esfuziantes de azul
Louras com peles mulatas
Princesas da zona sul:
As vossas jovens figuras
Retesadas nos selins
Me prendem, com serem puras
Em redondilhas afins.
Que lindas são vossas quilhas
Quando as praias abordais!
E as nervosas panturrilhas
Na rotação dos pedais:
Que douradas maravilhas!
Bicicletai, meninada
Aos ventos do Arpoador
Solta a flâmula agitada
Das cabeleiras em flor
Uma correndo à gandaia
Outra com jeito de séria
Mostrando as pernas sem saia
Feitas da mesma matéria.
Permanecei! vós que sois
O que o mundo não tem mais
Juventude de maiôs
Sobre máquinas da paz
Enxames de namoradas
Ao sol de Copacabana
Centauresas transpiradas
Que o leque do mar abana!
A vós o canto que inflama
Os meus trint'anos, meninas
Velozes massas em chama
Explodindo em vitaminas.
Bem haja a vossa saúde
À humanidade inquieta
Vós cuja ardente virtude
Preservais muito amiúde
Com um selim de bicicleta
Vós que levais tantas raças
Nos corpos firmes e crus:
Meninas, soltai as alças
Bicicletai seios nus!
No vosso rastro persiste
O mesmo eterno poeta
Um poeta - essa coisa triste
Escravizada à beleza
Que em vosso rastro persiste,
Levando a sua tristeza
No quadro da bicicleta.


Vinícius de Moraes

pindaro
# posted by cortenaaldeia @ 12/12/2008 05:02:00 PM


Dezembro 13 2008

    

Com este anoitecer sombrio

de vento, chuva e frio

acendam a lareira e ouçam

esta velha canção de

Vinicius de Moraes e Tom Jobim

em várias versões e um extra:

o próprio Vinicius a dizer o Soneto da Fidelidade!

  


 


Dezembro 13 2008

   

Tom Jobim ao piano,

Toquinho na viola,

Miúcha na voz

e Vinicius de Moraes no copo.

Que saudades desta gente!

(Até se desculpa o frio, o vento e a chuva da tarde lá de fora) 

   


 


Novembro 18 2008

   

   Rapinado, claro!, do "Corte na Aldeia":  

Deve andar perto uma mulher

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
São demais os perigos desta vida pra quem tem paixão
Principalmente quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma musica qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher
Deve andar perto uma mulher que é feita
De música, luar e sentimento
E que a vida não quer de tão perfeita
Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor que vive nua

 
Vinicius de Moraes
 

 


Julho 13 2008

   E que melhor maneira de regressar do que com um poema de Vinicius de Moraes?  (Via "Corte na Aldeia" )

Deve andar perto uma mulher

 






















 

 

 

 

 


 

São demais os perigos desta vida pra quem tem paixão
Principalmente quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma musica qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher
Deve andar perto uma mulher que é feita
De música, luar e sentimento
E que a vida não quer de tão perfeita
Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor que vive nua
 

Vinicius de Moraes


 


Abril 05 2008

                 

       

É incrível!

Durante dias e dias procurei esta canção (do velho Vinicius de Moraes )

para me meter com o meu genro, João Leiria,

antes da minha neta Madalena nascer.

Não consegui!

Agora, por mero acaso, encontrei-a.

Ainda vai a tempo

com um abraço ("paternal") para o João.

    


 

 


Dezembro 10 2007

Já "postei" vários poemas do grande Vinicius de Moraes

(clicar nas  tags respectivas, na coluna da esquerda).

No entanto nunca tinha "postado" nenhuma música.

Faço-o agora, relembrando os idos anos 60, quando Vinicius, ainda vivo,

visitava, com alguma regularidade, o nosso país

e a televisão transmitia os seus concertos!

(e não era "serviço público"...)

 

 

 


 

 


Julho 09 2007

   

Quando a madrugada entrou eu estendi o meu peito nu sobre o teu peito

Estavas trémula e teu rosto pálido e tuas mãos frias

E a angústia do regresso morava já nos teus olhos.

Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino

Quis afastar por um segundo de ti o fardo da carne

Quis beijar-te num vago carinho agradecido.

Mas quando meus lábios tocaram teus lábios

Eu compreendi que a morte já estava no teu corpo

E que era preciso fugir para não perder o único instante

Em que foste realmente a ausência de sofrimento

Em que realmente foste a serenidade.

     

Vinicius de Moraes

in "O poeta apresenta o poeta"

     


emgestaocorrente às 23:19

Maio 08 2007

          

  

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

    

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.

   

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.

    

Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

   

   

Vinicius de Moraes ,

in "O poeta apresenta o poeta"

  

 

 


emgestaocorrente às 22:21

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