Em gestão corrente ...como o País...

Dezembro 10 2008

        

A Câmara Municipal.

(o meu sogro, Dr. Joaquim Ribeiro Estevão de Faria,

a ela presidiu durante 12 anos,

até ao seu falecimento prematuro)

     

        

No largo da Câmara existe esta bela e tipica casa beirã,

sobre a qual não resisto a contar a seguinte história:

A casa era propriedade de uma sobrinha de Salazar.

Em certa altura o marido da proprietária (parece que militar)

quiz demolir a casa para construir uma nova.

O então Presidente da Câmara, meu sogro, não autorizou.

Algum tempo depois, Salazar,

durante uns dias de férias no Vimeiro,

interpelou o meu sogro sobre o assunto.

Este, respondeu-lhe que permitiria obras de conservação e restauro desde que fosse respeitada a traça e a fachada.

No entanto, Salazar como Primeiro Ministro

que resolvesse o que entendesse,desde que, préviamente,

demitisse  o meu sogro de Presidente da Câmara

(nesse tempo não havia eleições autárquicas,

sendo os Presidentes de Câmara nomeados pelo governo

 - e esses cargos não eram remunerados!).

Felizmente, Salazar optou por manter o Presidente da Câmara

e, portanto, ainda hoje podemos usufruir

da visão desta bela e harmoniosa casa

tal como ela era,

embora com obras de reconstrução!

      

       

      


 


Agosto 12 2007

  

   Miguel Torga, pseudónimo do médico Adolfo Rocha, nasceu há precisamente cem anos.

   Natural e criado no planalto transmontano, do qual nunca se desligou, fez toda a sua vida profissional e literária em Coimbra onde tinha um consultório, no Largo da Portagem, com uma vista fantástica sobre o Mondego e Santa Clara.

   Tive o privilégio de, em criança, ter sido consultado por ele por causa de um problema de ouvidos (Miguel Torga era otorrinolaringologista).

   Até hoje os meus pais referem, com muito orgulho, que Miguel Torga no final da consulta, além de ter elogiado o meu comportamento - pouco habitual em crianças, referiu  que eu tinha um olhar inteligente e uma cabeça semelhante à do Napoleão!

   Este exagero simpático do grande mestre exacerbou-me de tal modo o ego que o primeiro livro que li, mal comecei a soletrar letras e sílabas foi, claro, "O Senhor Ventura", logo seguido por "Os Bichos".

   Na esteira dos grandes escritores portugueses do século XIX (Eça e Camilo) e do século XX (Aquilino, Ferreira de Castro, José  Rodrigues Migueis, Carlos Oliveira, o injustamente esquecido Fernando Namora) Miguel Torga foi o último dos grandes senhores da literatura portuguesa a deixar-nos, com uma idade já provecta.

   Eterno candidato ao Nobel, nunca o recebeu - não viveu em tempos politicamente correctos para essa atribuição; coube a outro, com bem menos qualidades literárias, humanas e politicas a honra do Nobel; paciência, não foi a última vez que se cometeram injustiças!

   Hoje, dia do centenário do seu nascimento, Coimbra comemora a efeméride, inaugurando uma casa museu onde o escritor viveu várias décadas.

   Miguel Torga, personalidade independente de todas as amarras, disciplinas e jogos partidários, nunca escondeu simpatia pelo PS, tendo apoiado públicamente o PS em diversas fases da democracia portuguesa.

   Mário Soares, enquanto governante ou Presidente, nunca foi a Coimbra sem visitar Miguel Torga.

   A Câmara Municipal de Coimbra, promotora das celebrações, é presidida pelo Dr. Carlos Encarnação, do PSD.

   O Governo, presidido por um engenheiro com a licenciatura tirada nas condições que se conhecem, é do PS.

   Ninguém do governo se deslocou a Coimbra à homenagem a Miguel Torga. Nem aquela figura risível a imitar uma rameira do Bairro Alto nem o careca, estalinista até ao dia em que o PS lhe deu cama, mesa, tacho e roupa lavada.

   António Arnaut, fundador do PS e "pai" do SNS já protestou.

   Enfim, mais um episódio de Salazarismo sem Salazar!

    


 


Junho 29 2007

    

      O Prémio Salazarismo sem Salazar foi atribuído por unanimidade e aclamação ao governo do "Eng.º" José Sócrates.

      O Júri, inicialmente muito dividido entre a comissária politica do Norte e o deslumbrado Correia de Campos, acabou por considerar que tais personagens não tinham existência real, tratando-se apenas de títeres virtuais inventados e às ordens do grande timoneiro - o "Eng.º" José Independente Sócrates.

      Considerando que, embora com menos mediatismo, todos os ministros se têm esforçado em fazer reviver velhos hábitos e costumes salazarentos, o júri acabou por atribuir tão democrático e prestigiado prémio ao governo em bloco.

      Português sofre.

      Haja Deus!

     



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