Em gestão corrente ...como o País...

Fevereiro 11 2011

    VALPAÇOS É UM CONCELHO DE 20 MIL HABITANTES NA REGIÃO MAIS ENVEHECIDA, MAIS POBRE E MENOS DESENVOLVIDA DA EUROPA OCIDENTAL.

   TINHA UM HOSPITAL, DA MISERICÓRDIA, QUE MELHOR OU PIOR, IA RESOLVENDO OS PROBLEMAS CORRENTES DE SAÚDE DA POPULAÇÃO.

   POR DESENTENDIMENTOS ENTRE O MINISTÉRIO (MAS AINDA HÁ MINISTÉRIO DA SAÚDE EM PORTUGAL?) E A MISERICÓRDIA LOCAL, O HOSPITAL FECHOU HÁ MAIS DE UM MÊS, NÃO PAGANDO AOS TRABALHADORES.

   HOJE, OS TRABALHADORES E A POPULAÇÃO REVOLTARAM-SE E TENTARAM OCUPAR E REABRIR O HOSPITAL, HAVENDO CONFRONTOS FÍSICOS COM A GNR.

   É PREVÍSIVEL A GENERALIZAÇÃO DE REVOLTAS POPULARES ESPONTÂNEAS,  COMO ESTA, BEM COMO O AUMENTO DA SUA VIOLÊNCIA, À MEDIDA QUE O "ENG.º" DESENVOLVER O SEU "ESTADO SOCIAL".

 

 

 


emgestaocorrente às 21:41

Setembro 05 2008

  

   De certo que todos se lembram da empáfia com que o ex-Ministro da Saúde, António Correia de Campos, com o ar arrogante e o risinho cínico que lhe era peculiar, afirmava para as televisões que era o maior, o único que, a ocidente, conseguia conter as despesas em saúde.

   Quem trabalha na área sabia que não podia ser verdade, que as despesas em saúde só podem aumentar e que conter os seus custos é uma tarefa que nem países decentes conseguem.

   Sabe-se agora que a divida dos hospitais as laboratórios produtores de medicamentos já ultrapassou os 737 milhões de euros verba recorde!) e que o atraso no pagamento já ultrapassa os 12 meses!

   Ora aí está: não se paga, logo as despesas estão contidas!!!

   Grande cérebro: o lixo que se varre para baixo do tapete não se vê!

   Haja Deus, que de engºs já chega!!!!

   (E a propósito: a Dr.ª Ana Jorge ainda existe? Ainda será ministra?)

    


 

emgestaocorrente às 21:58

Janeiro 21 2008

   Do blogue "que raio de saúde a nossa" rapinei, com a devida vénia, o seguinte post:

encerramento de serviços de saúde




Agora percebo porque Correia de Campos, tantos serviços anda a encerrar pelo interior do país…


    
   
  
“O ministro da Saúde, Correia de Campos, afirmou hoje que as piores situações de saúde no país localizam-se no litoral e à volta das grandes cidades e anunciou a construção dos novos hospital de Faro e de Sintra.”

Janeiro 02 2008

 31 da Armada

      

     

pescadinhas de urgências na boca
      

as pessoas fogem do interior do país. as urgências do interior do país fecham porque as pessoas fogem. com urgências fechadas há cada vez menos razões para as pessoas ficarem.  

    
          
Os aprendizes de feiticeiro
     

Grande chapelada para este post do Rodrigo. Mas há mais.

O fecho das urgências é um bom exemplo de como a gestão governamental é feita sem qualquer tipo de plano ou ideia para o país e do papel do Estado na comunidade.

Este tipo de decisões parece esquecer uma das principais funções do Estado: a ocupação do território, digamos, adjudicado a uma dada comunidade. Se o Estado decide deixar de providenciar serviços a uma parte da população e os mantém para a outra parte está a declarar que se abstém de ocupar aquela parte do território nacional. Isto é, aliás, patente em zonas raianas em que as pessoas, na ausência de oferta de serviços por parte de Estado português, se dirigem a Espanha para suprirem as suas necessidades.

O que aqui está em causa nada tem a ver com questões de mais ou menos Estado, está sim relacionado com questões de soberania. E, claro está, a soberania tem custos. É o mesmo Estado que não se importa de perder fortunas com a TAP, CP ou a RTP que decide aplicar critérios economicistas na questão do encerramento das urgências.   

 

 

 
emgestaocorrente às 18:37

Novembro 10 2007

Via "que raio de saúde a nossa"

 


 

emgestaocorrente às 22:36

Junho 19 2007

       

      O Dr. Paulo Mendo é um médico, politico e gestor de excepcional inteligência e lucidez, um dos poucos portugueses que possui uma visão estruturada e humanista do que deve ser um Seviço Nacional de Saúde para Portugal e para hoje.

      Subscreve às quintas-feiras, n' O Primeiro de Janeiro, uma coluna de opinião, não necessariamente sobre temas médicos.

      Na última, a 14/6/07, faz uma reflexão sobre o estado actual do exercício da medicina e a relação médico-doente que é simplesmente exemplar.

      Com a devida vénia (e um grande abraço de amizade e admiração) se trancreve o texto na sua totalidade. 

     

Opinião

A Medicina e a Clínica


Paulo Mendo*

Há mais de vinte anos afirmei que a clínica, sobretudo em ambulatório, tinha que ser lenta e demorada poque só assim permitia a criação do clima de empatia necessário entre médico e doente.
Era a defesa da chamada medicina lenta que, curiosamente, despertou reacções de incompreensão de muitos colegas porque, na altura, vivia-se no convencimento de que a técnica médica e os progressos diagnósticos davam ao clínico rapidamente tudo aquilo que ele precisava para um diagnostico rápido, podendo por isso, diminuir o tempo médio das consultas e ter a seu cargo muito mais doentes!
O tempo tem vindo a confirmar que esta é uma visão errada e muito redutora da importãncia da relação entre doente e clinico, visão que despreza o essencial relacionamento entre os dois e centra erradamente o médico sobre a doença sem se preocupar em, investigar, com o seu doente, os comportamentos, hábitos, problemas e angústias que fazem com que cada pessoa “faça” a sua própria doença.
Mas infelizmente continua a ser esta a visão corrente na medicina actual, sobretudo a especializada e hospitalar, que priveligia a doença, esquecendo o doente.
A enorme confiança, com justa razão, nos avanços da tecnologia médica tem feito com que o médico se “esqueça” de ouvir o doente e, pressionado pelo tempo e confiante nos exames técnicos, reduza o dossier do seu cliente a um conjunto de resultados de exames que pouco ou nada lhe dizem sobre o doente a que pertencem.
E as razões são várias, a mais importante das quais talvez seja a burocratização e massificação dos serviços de saúde.
A necessária racionalidade da gestão, a contenção de custos, a organização do trabalho, a luta contra os desperdícios, são essenciais, mas transformam, tantas vezes, as relações de compreensão, apoio e delicadeza para com os doentes, amedrontados, angustiados e, tantas vezes desamparados, em frias relações burocráticas em que o papel, o cartão, a guia, ou o cumprimento de labiríntica burocracia se sobrepõem à humana ajuda ao nosso semelhante.
E é esse o perigo mortal das grandes organizações estatais de serviços.
Envolvidos neste processo, em que os objectivos se medem pelo número de doentes tratados, diminuição dos tempos de internamento, número de actos praticados, número de consultas efectuadas, muitos médicos, felizmente nem todos, esquecem o doente que está perante eles e, confiantes nos exames que pediram e interessados apenas no rápido diagnóstico, “despacham” a consulta sem que o “seu” doente tenha tido sequer a possibilidade de explicar as suas queixas porque não há tempo para isso.
E o mal é que, com a persistência destes comportamentos, se gerou uma cultura de serviço que se estende à sociedade, transformando o cidadão num “utente” que procura o médico, para ver se tem as tensões boas, ou se não é diabetico, ou procurando uma cura como se esta estivesse dependente do número de análises e de exames que o médico pedir.
Costumo dizer que se vai ao médico como se vai a um posto dos Correios. Neste pede-se um selo ou manda-se uma carta, No médico pedem-se diagnósticos rápidos com análises. Em ambos os sítios ninguém se ficou a conhecer, o que, se é natural nos Correios é um desastre inadmíssivel em medicina clínica.
Esta situação tem sido levantada, discutida e analisada pelos médicos de família, nas suas associações, nos seus congressos e nas suas publicações.
Porque o médico de família sabe que é a vida de cada um, que são os nossos hábitos, os nossos vícios, o nosso temperamento, os grandes formatadores da forma como a doença, ou a simples perturbação de saúde, se manifesta em cada um de nós. Por isso, sente e sabe a importância de conquistar a confiança dos seus clientes, de os estimular a serem intervenientes interessados e co-responsáveis pelo próprio tratamento, de fazerem equipa consigo e nele confiarem, porque não duvidam da sua compreensão e ajuda.
Foi precisamente a importância dada à colheita de uma minuciosa história do doente e à uma rigorosa apreciação clínica dos sinais e sintomas, que tornaram a medicina francesa da primeira metade do seculo XX, a melhor do mundo na sua capacidade de tratar, compreender e centrar toda a sua acção no doente.
É esta capacidade de ver no seu cliente um ser humano e não um simpes portador de uma doença, que é essencial em medicina familiar e contitui, por isso, motivo de preocupação e de estudo de propostas adequados, como é o caso com as Unidades de Saúde Familiar (USF) em incrementação nos cuidados primários do SNS.
Mas mesmo na área hospitalar, é essencial a delicadeza do atendimento e a franca informação do doente, porque vindo este já referenciado pelo seu médico de família e sendo hospitalizado para tratamento, corre o risco de ser completamente esquecido como pessoa, eclipsado na luta técnica entre a medicina e a sua doença.
Aliás ainda há dias, no “Público” de 10 de Junho, um longo artigo anunciava a saída de um livro da autoria de Jerome Groopman sobre a medicina e os médicos na sua relação com a doença e os doentes, onde são denunciados os perigos dos comportamentos profissionais “científicos”, tecnicamente excelentes mas que esquecem o doente.
De notar que o autor do livro, que vai ser publicado em Portugal, é um eminente professor da Harvard Medical School, investigador de fama mundial nas áreas da oncologia e SIDA, da neurobiologia e da genética das doenças degenerativas do sistema nerovso, com mais de cento e cinquenta artigos de investigação publicados, para além de ser um frequente editorialista do “Washington Post” e do “New York Times”e escritor de vários livros de política e filosofia da saúde.
Enfim uma voz autorizada escutada em todo o mundo científico que esperamos seja ouvida em Portugal.


*Médico
Ex-ministro da Saúde

         




Maio 22 2007

            

      A AESE, Escola de Direcção e Negócios, em colaboração com o IESE (Instituto de Estudos Superiores de Economia) de Barcelona e a Universidade de Navarra ministra várias pós-graduações de excelência; é muito conceituado o MBA, o PADE, o PDE e, últimamente, o PADIS (Programa de Alta Direcção de Instituições de Saúde). -

      O PADIS tem 2 edições anuais: a primeira inicia-se em Abril nas magnificas instalações da AESE em Lisboa e a segunda em Outubro no Porto.

      Tive a honra, o proveito e o prazer de frequentar o IV PADIS, o ano passado. Na altura foi-me impossível, por razões profissionais, fazer a visita à Clinica Universitária de Navarra, visita que integra a parte curricular do PADIS.

      Acompanhei agora, nessa visita, os elementos que frequentam o VI PADIS.

      Os 4 posts que se seguem apresentam algumas das fotografias tiradas durante esta visita.

      Uma saudação a todos os elementos do PADIS e cumprimentos especiais aos professores da AESE que nos acompanharam: o indispensável Dr. José Fonseca Pires e o calmo e atento Eng.º Vasco Bordado.

     

 

 



Abril 11 2007

           

                

INCOGNITO

          

               

      Um pouco ao acaso, descobri um blogue interessante, dedicado à música e aos video-clipes , da autoria de João Lopes e Nuno Galopim .

      Nesse blogue, chamado Sound Vision " (www.sound--vision.blogspot.com), encontrava-se uma misteriosa fotografia que os autores, apesar de experimentados críticos e jornalistas, denominaram como "incógnito".

      Estou em condições de esclarecer o significado da fotografia.

      Trata-se de um simpático casal de licenciados em cursos que realmente existem (à antiga) em Universidades reais e credíveis (daquelas que não dão licenciaturas aos domingos) e que, num impulso juvenil e de fervor patriótico resolveu contribuir para esbater as assimetrias regionais e combater a desertificação do interior, estabelecendo a sua vida profissional num daqueles concelhos do interior centro, na zona do pinhal, por onde os políticos , às vezes e com enfado, passam, a alta velocidade, durante as campanhas eleitorais.

      Durante anos ouviram os vizinhos e conhecidos queixarem-se da falta de assistência médica e da necessidade de irem, ainda no inicio da madrugada, para a porta do posto médico apanhar vaga para a consulta do dia seguinte, se o médico aparecer.

      Ouviam mas não ligavam muito; afinal eram novos e o asunto, para já, não lhes dizia respeito.

      Mas os anos passaram, a meia idade está a chegar, e naquela noite ele sentiu-se mal.

      Ela tirou o carro da garagem e levou-o ao Centro de Saúde (chama-se assim porque quando as pessoas estão doentes ou está fechado ou não há médico); ao chegar viu um cartaz que anunciava o encerramento do SAP (Serviço de Atendimento Permanente) por ordem ministerial.

      Resolveu, então, dirigir-se ao Centro de Saúde do concelho mais próximo; também estava fechado e ostentava o mesmo cartaz e uma fotocópia da entrevista do Presidente da Administração Regional de Saúde  ao jornal local em que explicava que aquele encerramento constituía a melhor maneira de defender a saúde dos moradores (assim, sem SAP, sentiam-se na obrigação de se manterem saudáveis durante mais tempo).

      Decidiu continuar viagem até outro concelho; obteve o mesmo resultado.

      Acabou por se dirigir à sede do distrito, onde havia um enorme hospital com o nome de um santo. Efectuou a inscrição, foi triado e obteve um cartão amarelo. Dirigiu-se à sala de espera onde se encontrava uma multidão de gente das mais variadas idades e raças com cartões igualmente coloridos. Soube que espera nunca seria inferior a 6-8 horas.

      Ao fim de 2 horas sentiu-se muito pior; só o ambiente da sala o agoniava de uma maneira insuportável; decidiu voltar para casa e, no caminho, colocar uma vela na Capelinha das Aparições.

      E foi precisamente ao chegar a Fátima que se deu o milagre! Logo na rotunda da entrada surgiu-lhe uma aparição, sob a forma da unha do dedo indicador do ministro Tareia de Campos (que é perfeitamente visível na fotografia, na parte esquerda do vidro do carro) que lhe indicava o caminho de Espanha!

      Seguiu a visão e rumou à fronteira!

     Mal chegou ao primeiro Ayuntamento dirigiu-se ao Centro de Salud, foi consultado e medicado.

      Voltou para Portugal.

      No posto da Cepsa junto da fronteira encheu o depósio de gasolina (pouando 3 mil escudos dos antigos), comprou 2 botijas de gás (a metade do preço), comprou lenços da Renova muito mais baratos, tomou 1 bica (os espanhóis finalmente já sabem tirar bicas).

      Foi esta a verdadeira história do milagre a que se refere a fotografia a que os autores do blogue chamaram incógnito, por evidente e imperdoável desconhecimento do caso.

       Segundo fui informado pelo Presidente da Câmara local (que assinou um protocolo com o ministro Tareia dos Campos em que este lhe promete coisa nenhuma lá para as calendas gregas) o casal vive agora angustiado sem saber a quem agradecer o feliz desfecho da história: se à N. Sr.ª de Fátima, se ao ministro Tareia dos C.

    

     

 

 



Março 20 2007

                 

      O Diário Digital de hoje, citando o Infarmed , noticia que, em 2006, os portugueses consumiram 20 milhões de embalagens, no valor de 82 milhões de €, de ansiolíticos , sedativos e hipnóticos.

      Com o actual estado do país (desemprego galopante - quem se lembra dos 150 mil novos empregos do Eng.º (?) Sócrates?, diminuição dos salários reais, retrocessos e incerteza sobre a sustentabilidade das reformas e da segurança social em geral , desindustrialização acelerada do país por deslocalização das empresas (estrangeiras e portuguesas!), diminuição acelerada dos cuidados de saúde e insegurança de pessoas e bens a um nível inimaginável há poucos anos, compreende-se o uso e abuso de ansiolíticos e, até, antidepressivos.

      Mas sedativos e hipnóticos? Então os portugueses já não vêem o "Prós e Prós" (acertada designação de Pacheco Pereira (www.abrupto.blogspot.com) antes de irem para a cama?

 

     

 



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