Não sou dado a futebóis, mas gosto de saber, à 2ª feira, que o Benfica ganhou (coisa cada vez mais rara, diga-se em abono da verdade).
Depois da geração de ouro do Eusébio, do grande Capitão Coluna e outros desse tempo, individualmente só me interessei pelo Figo, uma figura de respeito, fora e dentro do campo, mas incapaz de balbuciar uma frase simples, pelo Cristiano Ronaldo, uma autêntica força da natureza em talento, esforço e vontade, pelo Simão Sabrosa, por o meu neto João Maria ter evidentes semelhanças de estilo, e pelo Rui Costa.
Rui Costa tem, suponho, o melhor palmarés deles todos mas, principalmente, tem uma postura, um charme, uma inteligência estratégica de jogo que o faz distinguir.
De todos, é o único capaz de falar e articular um discurso sem calinadas gramaticais do tamanho da légua da Póvoa.
Suponho, mesmo, que será dos poucos jogadores portugueses que sabe ler e escrever e que seria capaz de ultrapassar, com êxito, os exames do antigo 5º ano do Liceu (possibilidade impensável para muitos "licenciados" de hoje).
Por isso, com mágoa o vejo partir, e tenho pena que a sua despedida tenha acontecido nesta "coisa" em que transformaram o Benfica.
Obrigado e felicidades Rui Costa!