Em gestão corrente ...como o País...

Setembro 05 2008

  

   De certo que todos se lembram da empáfia com que o ex-Ministro da Saúde, António Correia de Campos, com o ar arrogante e o risinho cínico que lhe era peculiar, afirmava para as televisões que era o maior, o único que, a ocidente, conseguia conter as despesas em saúde.

   Quem trabalha na área sabia que não podia ser verdade, que as despesas em saúde só podem aumentar e que conter os seus custos é uma tarefa que nem países decentes conseguem.

   Sabe-se agora que a divida dos hospitais as laboratórios produtores de medicamentos já ultrapassou os 737 milhões de euros verba recorde!) e que o atraso no pagamento já ultrapassa os 12 meses!

   Ora aí está: não se paga, logo as despesas estão contidas!!!

   Grande cérebro: o lixo que se varre para baixo do tapete não se vê!

   Haja Deus, que de engºs já chega!!!!

   (E a propósito: a Dr.ª Ana Jorge ainda existe? Ainda será ministra?)

    


 

emgestaocorrente às 21:58

Julho 17 2008

               

 

   Muitas vezes em desacordo com as posições e análises politicas de Jorge Careira Maia, a verdade é que, também muitas vezes, me apetece fazer minhas algumas das suas análises.

   O texto que se segue merece a minha total concordância.

   Excelente, Jorge!

  

  

Há, sobre as causas do atraso de Portugal, um persistente equívoco. A teoria oficial centra-o no défice de formação e de qualificação dos portugueses. Há dias, o ministro Vieira da Silva, em debate com o bispo D. Manuel Clemente, afirmava: "O que precisamos é de atacar o nosso défice mais profundo, que é o défice do conhecimento, da educação e da formação." 

Como consequência desta teoria, a escola portuguesa, durante a democracia, tem sido vítima das mais tontas intervenções, desde a trágica Reforma de Roberto Carneiro até à fúria persecutória dos docentes por parte do actual governo, passando pela paixão de Guterres. Toda esta gente pensa que a escola é o lugar onde a sociedade portuguesa se há-de redimir.

O problema é que, por mais que se mexa na escola, o nosso atraso persiste sem alteração. O que se continua a ignorar é a cultura e a atitude que os portugueses exibem na vida comunitária, é ela que está na base do mau desempenho social, económico, político e também escolar. Que atitude é essa?

O Presidente da República, no discurso do 10 de Junho, tocou no problema ao dizer: "Temos de começar por ser exigentes e rigorosos connosco". O problema de Portugal não é a falta de conhecimento e de educação escolar; é, antes, a falta de rigor e de exigência que os portugueses colocam naquilo que fazem, incluindo na escola. Um país que tem por lema a expressão «desenrasquei-me» pode ser muito «desenrascado», mas nunca passará de um país medíocre. Onde deveria haver trabalho sério, profundo e continuado, há um mero «desenrascanço». Portugal é assim o lugar onde até as coisas que aparentam ser bem feitas estão cheias de buracos, truques e armadilhas escondidos, que se manifestarão na primeira oportunidade.

O problema não é a falta de escolarização, mas a forma como lidamos com a vida. Se não queremos nem gostamos de estudar é porque estamos convencidíssimos, devido à experiência social, que o conhecimento serve para pouco e o que interessa mesmo é que o pessoal se «desenrasque», seja lá como for. Mas onde assenta esta cultura lusíada do «desenrasca»?

 

   

Esta cultura funda-se numa experiência de sobrevivência. No fundo, as elites nacionais, sociais, económicas e políticas, no seu «desenrascanço» atávico, nunca permitiram à maioria dos portugueses outra coisa para além da mera sobrevivência. Sobreviver não é viver de forma digna, sobreviver é «desenrascar-se» para não morrer à míngua. É isto que os portugueses fazem na escola, nas empresas, nas relações económicas, na política; até na religião, através da promessa, se tenta iludir a divindade. Em todo o lado enganam a realidade para fugir à miséria que os ameaça. O nosso principal problema é a falta de rigor e de exigência connosco fundada no círculo vicioso entre miséria e «desenrascanço». O resto é conversa de políticos que vivem, também eles, da miséria do «desenrascanço».

A VER O MUNDO
http://averomundo-jcm.blogspot.com

 

O nosso atraso


Julho 13 2008

         

Estas são a últimas casas e o último rochedo português,

junto da fronteira de Marvão.

 

    

Este é o primeiro rochedo espanhol,

menos de 1 km de distância.

       

   

Pois bem:

em menos de 1 km

a gasolina 95 passa de 1,533 para 1,251 €

(56$40 de diferença por litro)

e o gasóleo de 1,432 para 1,309 €

(24$60 de diferença por litro).

Num depósito de 60 L você poupa:

1.576$00 em gasóleo ou 3.384$ em gasolina.

Só quem não poder ou for louco é que se abastece em Portugal!!

E já agora:

a botija de gás, em Espanha, é metade do preço!!!

 


 


Julho 13 2008

Para ler e pensar:

Fim de um modelo *

Publicado por CAA em 16 Junho, 2008

                   

Esta é uma crise de várias crises que confluíram num mesmo momento.
   Sobretudo na Europa, o modelo que predomina ainda é o Estado Providência – os poderes públicos intervêm nas actividades dos cidadãos, moldando-as aos objectivos estatais e tentam promover amplos benefícios sociais concedidos por um aparelho administrativo agigantado, tudo suportado através do pagamento de impostos.

   Por exemplo, mais de metade da riqueza produzida em Portugal serve para pagar a máquina do Estado.

   E os auxílios sociais aumentam enquanto diminui o número de contribuintes – logo, os impostos estão numa irracional espiral de crescimento de que não se consegue ver o fim.
   Abundam as interpretações simplistas de que estamos perante uma crise do chamado neoliberalismo – só que não é esse modelo que está em vigor.

   Esta é a crise da lógica governativa que está em toda a parte: o Estado Social, agora mais merecedor do nome de Estado Tributário.
  O ‘politicamente correcto’ agita o papão de um liberalismo que não existe com o objectivo insidioso de camuflar as ineptidões do ‘Estado Papá/Mamã(**) que se esboroa diante dos nossos olhos.

            

* HERESIAS, Correio da Manhã, 15.VI.2008

** Essa expressão é da autoria de José Manuel Moreira


 


Maio 19 2008

  

   Da TSF retirei esta noticia que mostra as maravilhas económicas do governo do "eng.º" e do cromo do Pinho ( o Ministro da Economia que foi a Itália comprar sapatos porque não sabia que se fabricavam em Portugal!!!).

   O investimento estrangeiro, em Portugal, caiu para menos de metade de 2006 para 2007!!!, ao contrário do que aconteceu no resto da Europa.

   Ainda é preciso esperar quanto tempo para correr com estes cromos que nos governam?

   

 

Eurostat Foto©Direitos Reservados
• EUROSTAT
Empresas estrangeiras investem menos em Portugal
As empresas portuguesas apostaram muito menos em Portugal no ano passado. O investimento directo estrangeiro caiu mais de metade, pelos dados do Eurostat.
 
( 14:19 / 19 de Maio 08 )

 

As empresas estrangeiras investiram menos em Portugal, no ano passado, com o investimento directo estrangeiro a registar uma quebra superior a 50 por cento.

Pelos dados do Eurostat, as empresas europeias investiram no nosso país 2 mil e 800 milhões de euros em 2007. Quanto ao ano anterior, em 2006, esse valor chegou quase aos 6 mil milhões e meio de euros.

Quanto às empresas fora da Europa a 27, também apostaram menos na economia nacional com o investimento a fixar-se nos mil e 300 milhões de euros, no ano passado contra 2 mil e 700 milhões em 2006.

Esta tendência de forte baixa contrasta com o resto da União Europeia que conseguiu aumentar os níveis de investimento no estrangeiro.

Pelos dados revelados pelo gabinete de estatística de Bruxelas, também o investimento de empresas portuguesas no estrangeiro sofreu uma queda.

Na Europa, os grupos nacionais investiram apenas 2 mil e 800 milhões de euros no ano passado, uma quebra de quase mil milhões em relação ao ano anterior.
 

         


 


Maio 19 2008

    

   Parece impossível mas tudo o que os portugueses ganharam com o seu trabalho desde 1 de Janeiro até hoje foi parar direitinho para os cofres do Estado.

   Só a partir de amanhã, quase metade do ano, é que o dinheiro ganho reverte para os próprios trabalhadores.

   Em relação ao ano passado, o número de dias de trabalho necessários para pagar os impostos ao Estado aumentou mais um dia!

   Um Estado cada vez mais insaciavelmente glutão que oferece cada vez menos aos seus contribuintes!

   Viva o Estado, viva o socialismo, viva o Sócrates (que não conhece a lei que impôs aos portugueses e, por isso não paga as multas que cobra aos outros)!!!

   


 


Maio 18 2008

   Post rapinado, com a devida vénia, do "Comadres, Compadres & Companhia"

       

O Governo de Sócrates no País das maravilhas

 

A ANEDOTA em que se transformou o País do Sócrates:


- Uma adolescente de 16 anos pode fazer livremente um aborto mas não pode pôr um piercing.
- Um cônjuge para se divorciar, basta pedir.
- Um empregador para despedir um trabalhador que o agrediu precisa de uma sentença judicial que demora 5 anos a sair.
- Na escola um professor é agredido por um aluno.O professor nada pode fazer, porque a sua progressão na carreira está dependente da nota que dá ao seu aluno.
- Um jovem de 18 anos recebe €200 do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma €236 depois de toda uma vida do trabalho.
- Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco.
- O mesmo fisco penhora indevidamente o salário de um trabalhador e demora 3 anos a corrigir o erro.
- O Estado que queria gastar 6 mil milhões de euros no novo Aeroporto da Ota recusa-se a baixar impostos, porque não tem dinheiro.
- Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas existe 1 polícia para cada 2 000 habitantes; o Governo diz que não precisa de mais polícias.
- Numa empreitada pública, os trabalhadores são todos imigrantes ilegais, que recebem abaixo do salário mínimo e o Estado não fiscaliza.
- Num café, o proprietário vê o seu estabelecimento ser encerrado só porque não tinha uma placa a dizer que é proibido fumar.
- Um cão ataca uma criança e o Governo diz que vai fazer uma lei.
- Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa é das causas sociais.
- O IVA de um preservativo é 5%, o de uma cadeirinha de automóvel, obrigatória para quem tem filhos até aos 12 anos, assim como o das fraldas descartáveis, é 21%.
 
- Numa entrevista à televisão, o Primeiro-Ministro define a Política como "A Arte de aprender a viver com a decepção".

 

 

 

Estaremos nós, Portugueses, condenados a aprender a viver com este Primeiro-Ministro?

 

 

 

emgestaocorrente às 15:05

Maio 13 2008

   

   Rapinado, com a devida vénia, do "Blasfémias".

   Oh Sócrates! Põe a senhora em Ministra, já!!!

   (E as reprovações já foram proibidas? Ainda não? E não há uma petição on-line?)

   Meu caro Jorge Carreira Maia ("A ver o mundo"): que diz a isto? Merece bem uma crónica sua!

No meu tempo era mais simples, mas sabíamos a tabuada.

Publicado por jcd em 12 Maio, 2008

 

“Na escola desejável, alunos e professores encontram no seu quotidiano um fio condutor apelativo e comum, que é o de aprender e ensinar competências, num cenário estruturante e holístico onde ser pessoa é ser tolerante, flexível, crítico, e é, também, ser capaz de desempenhos ajustados à exigência de uma sociedade global multidiferenciada, que apela a saberes mobilizáveis, conhecimentos reais e instrumentais, muito para lá da simples informação trazida pelos conteúdos, em si mesmos redutores e simplistas.”

 

Miriam Rodrigues Aço, Professora Titular, hoje no Público.

       


 


Maio 09 2008

        

   Mais uma excelente crónica de José Ricardo Costa no Jornal Torrejano de ontem.

      

Quando, há tempos, chegou a vez de apresentar Descartes nas minhas aulas de Filosofia, decidi começar por falar de D. Quixote e dos seus famosos moinhos de vento. Eu tinha a noção de o D. Quixote ser aquele livro que, embora quase ninguém tenha lido, toda a gente conhece.

Não foi por acaso que falei nele. Descartes, na brincadeira, claro, parte do princípio de que tudo o que vemos no mundo poderá ser fruto da ilusão, do sonho, da loucura, o que, diga-se de passagem, pode ter vantagens e desvantagens.

Se desanima pensar que a Monica Bellucci pode não passar de um produto da nossa febril imaginação, há também a esperança de o ministro Silva Pereira poder não existir e ser apenas um boneco da Nintendo.

Ora bem, ninguém conhecia o episódio dos moinhos de vento. Fiquei em estado de choque. Ainda tive uma réstea de esperança: Sancho Pança? Sim?...

Não. Sancho Pança era-lhes tão familiar como Witold Lutoslawski e se eu dissesse que os moinhos de vento de La Mancha eram uma versão espanhola da nossa estação do Oriente, projectados por um arquitecto espanhol chamado Santiago Calatrava, ninguém iria reagir.

Há poucos dias, noutra turma, pedi aos alunos que me entregassem uns trabalhos por correio electrónico. Os professores, agora, são obrigados a serem modernos e fica bem no currículo dizer que se usam as novas tecnologias mesmo que os alunos possam não saber ler e escrever.

Na brincadeira, disse que não queria que me enviassem vírus. Um aluno, também na brincadeira, disse que iria mandar um "cavalo de Tróia" (um tipo de vírus). Eu, ainda na brincadeira, disse que não valeria a pena pois não tinha lá em casa nenhuma Helena para resgatar.

A brincadeira acabou ali. O aluno olhou para mim como se estivesse a olhar para um pós-estruturalista e eu, para o salvar, perguntei pela guerra de Tróia. Nicles. Ulisses? Nicles. Aquiles? Nicles. Eu, já desesperado, insisti:

– Mas sabe ao menos que raio de coisa é o cavalo de Tróia?

– Sei.

Animei-me um pouco

– O que é, então? – perguntei.

– Um vírus.

Há quem chame a isto ignorância. A famosa ignorância da juventude actual. Tenho as minhas dúvidas e vou explicar porquê.

Se um português normal não souber o que foi a batalha de Aljubarrota, é ignorante. Todos os portugueses normais estudaram História e, se não sabem isso, não sabem uma coisa que seria suposto saberem. Pronto, é ignorância.

Se um estudante de arquitectura não souber quem é Nadir Afonso, é ignorante. Se um professor de Português, de Filosofia ou de Física não souberem coisas básicas relativas às suas áreas, são ignorantes.

A ignorância mede-se pelo grau de expectativas. Eu não posso considerar ignorante um agricultor que nunca ouviu falar de Descartes. Seria ignorante, sim, se não soubesse qual a melhor altura do ano para semear alfaces. Como seria ignorante um professor de Filosofia que não soubesse falar de Descartes.

O que se passa com os nossos jovens, actualmente, não é um problema de ignorância. É um problema de isolamento. Eles não podem saber aquilo de que nunca ouviram falar. Eles sabem cada vez mais o que nós não sabemos e o que nós sabemos eles sabem cada vez menos.

A culpa não é só deles. É dos pais, porque têm mais que fazer. Mas é também da escola. A escola, por um lado, deixou de valorizar o saber e o conhecimento. É cada vez mais uma escola de Estudo Acompanhado, da Formação Cívica, da Área de Projecto, aberrações pedagógicas que acabam por contaminar as outras disiplinas.

Por outro lado, os professores, numa escola que despreza o saber e o conhecimento, acabam também por desvalorizar o saber e o conhecimento. Eu sou professor de Filosofia e, hoje, não preciso de ler absolutamente nada para o poder ser. Não precisaria de ler mais nada para além da TV Guia, para ser o professor de Filosofia que me pedem para ser.

É assim que as coisas estão e já deu para perceber que é assim que vão continuar a estar. E não é nada fácil lutar contra cavaleiros perigosos que gostam de se disfarçar de românticos moinhos de vento.

josericardoccosta@gmail.com

          

Moinhos de Vento


Maio 06 2008

                 

Expresso on-line

           

Madeira
Protesto de deputado PND suspende sessão da Assembleia Legislativa
José Manuel Coelho apresentou-se na sessão plenária com um relógio de cozinha pendurado ao pescoço numa acção de protesto contra o projecto de alteração do Regimento da ALM.
 

Os trabalhos da sessão plenária da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) foram hoje suspensos devido a uma acção de protesto do deputado do PND-M, José Manuel Coelho.

Este deputado apresentou-se na sessão plenária com um relógio de cozinha pendurado ao pescoço numa acção de protesto contra o projecto de alteração do Regimento da ALM em preparação pelo PSD-M, que alegadamente retira tempo de intervenção aos partidos da oposição nas suas intervenções e pedidos de esclarecimento (três minutos para tudo).

"Tenho que controlar o meu tempo", disse José Manuel Coelho apesar da insistência do presidente da ALM em exercício, Paulo Fontes, instruindo o deputado para que retirasse o relógio do pescoço ou então que saísse do plenário.

Apesar das duas advertências de Paulo Fontes, a sessão foi suspensa por 15 minutos para uma conferência de líderes e depois encerrada dada a manutenção da posição do deputado José Manuel Coelho.

Os deputados do PSD-M abandonaram a sessão plenária por considerarem "não haver condições de trabalho".

PSD-M, CDS/PP-M, PS-M e BE-M opuseram-se a esta forma de protesto e apelaram ao deputado para que se manifestasse por via da palavra mas não daquela forma que "não dignificava a assembleia".

         

Maio 06 2008

         

   Os candidatos à presidência do PSD, revistos pelo "Blasfémias"               

 

                      


emgestaocorrente às 22:04

Maio 06 2008

         

   Do blogue "A origem das espécies", de Francisco José Viegas, este olhar distante (em termos partidários), mas que permite uma interessante reflexão. 

           

||| Reler.
     
   A entrevista de Pedro Passos Coelho a António Ribeiro Ferreira, no CM de ontem, é um marco na história do PSD e é natural que suscite entusiasmo. Não sei onde andou Passos Coelho até agora mas, se esteve a estudar a lição, foi tempo bem empregue. Reconhece-se a sua filiação ideológica, mas percebe-se que o PSD das suas facções tradicionais não tem ali lugar. Também não se sabe até que ponto os militantes do partido, os que têm direito a voto, estão despertos para esse tipo de discurso e de ideias. É provável que a partir de agora ele venha a ser visto como o candidato com ideias mais modernas e dê voz ao eleitorado flutuante do PSD (a classe média das cidades) mais do que às concelhias – que têm sido um factor de atraso estrutural do partido. Se isso basta para ganhar as directas, não se sabe. Mas depois de ter dito o que disse está aberta a porta para a reforma antecipada dos dinossauros, de Santana a Jardim, passando por Menezes e pelo hemiciclo laranja de hoje.
[Da coluna do Correio da Manhã.]


Categorias: política


[ Publicado por FJV ]
           

Maio 05 2008

              

 Pedro Correia  no "Corta-fitas", com a devida vénia:   

        

Pedro Passos Coelho

Pedro Passos Coelho, ouço dizer e vejo escrito a todo o momento, é demasiado jovem e inexperiente para poder liderar o PSD e ainda mais para assumir o cargo de primeiro-ministro. Vai fazer 44 anos. Recordo: Francisco Sá Carneiro tinha 39 anos quando fundou o PPD e 45 anos quando chegou a primeiro-ministro. Aníbal Cavaco Silva tinha 40 anos quando assumiu a pasta das Finanças no primeiro Governo da Aliança Democrática e 45 quando chegou a líder do partido. Durão Barroso ascendeu à presidência dos sociais-democratas com 42 anos. E olhemos para Espanha: Rodríguez Zapatero assumiu a liderança do PSOE em 2000, com 39 anos. Quatro anos depois, venceu as legislativas e tornou-se presidente do Governo espanhol. Sem ter desempenhado funções governativas até então.

Daqui se conclui que, ao contrário do que garantem os "analistas" dos costume, Pedro Passos Coelho não é demasiado jovem nem a sua alegada inexperiência governativa o diminui politicamente, como o exemplo de Zapatero tão bem demonstra. E o facto de não ter sido ministro de Barroso e de Santana acaba por funcionar afinal a seu favor. Direi mais: é um verdadeiro atestado de competência.


Etiquetas: politica-psd


publicado por Pedro Correia
     

emgestaocorrente às 19:05

Maio 05 2008

   

   Ainda em reflexão, como muitos outros companheiros, encontrei este post no "Blasfémias", que nos dá algumas pistas que podem ser importantes para uma decisão.

   Com a devida vénia.      

Analogias ou imitações * (com Adenda)

Publicado por CAA em 5 Maio, 2008

        

                      

Em Setembro de 2004 o PS fez a sua escolha em directas. Manuel Alegre era o revivalismo da esquerda, feito de baladas fora de época e de romagens aos cemitérios – locais, aliás, onde as suas ideias pareciam fazer mais sentido. João Soares era um filho do partido, com uma imagem muito cultivada de modernaço habituado aos corredores do poder. Depois vinha Sócrates. Tinha pouco currículo. Também era um menino do partido, onde se tinha feito gente. Mas sem pedigree político. Nem preparação especial ou profissional. A sua experiência de vida limitava-se àquilo que o ‘aparelhês’ lhe tinha oferecido. É certo que já tinha sido ministro – só que de Guterres, naquele que foi o pior Governo que a nossa democracia consentiu.
Mas percebeu-se logo uma fronteira: Alegre e Soares representavam o passado; Sócrates era o candidato de um PS novo, capaz de atrair eleitores que raramente preferiam os socialistas.
Agora, nas directas do PSD, as coisas podem não ser muito diferentes. Ferreira Leite e Santana Lopes são a repetição de soluções já ensaiadas num arrepiante déjà vu. De modos distintos, simbolizam aquilo que o PSD foi desde 1995: um partido sem ideias, emaranhado em lutas intestinas obsessivamente fulanizadas e com péssimos resultados governativos.
Passos Coelho é o único que mostra alguma inovação ideológica no discurso e na atitude. Só ele faz pensar que, após as directas, o seu partido pode virar a triste página em que está. Tal como Sócrates em 2004.

* Heresias, Correio da Manhã, 4.V.2008

                    

ADENDA: Já depois deste artigo, li estas declarações de Passos Coelho. Tal como escrevi aqui, face à possibilidade de vitória o grande perigo é que PPC procure ser igual aos seus adversários. O centralismo está outra vez na moda, desta vez na versão perfidamente chamada ‘descentralização política’ - o que significa que o Governo central mantém os poderes administrativos intactos enquanto oferece alguns rebuçados de vago cariz político. Nesse modelo, Portugal permaneceria como o país mais centralizado da Europa. O que PPC vem defender é a manutenção do status quo. Nem mais nem menos.

Publicado em Partidos, Política nacional | 23 Comentários »

             


 


Maio 05 2008

          

   Com a devida vénia, aqui rapino um extraordinário texto de José Pacheco Pereira sobre o desemprego das mulheres e suas consequências, para elas e para  o país.

   Sem dúvida, um texto vintage, como só José Pacheco Pereira é capaz (mesmo quando com ele não se concorda).

   Foi publicado no Público e no "ABRUPTO" 

     

4.5.08


(JPP)

DESEMPREGO



Pelo meu intratável e malévolo esquerdismo genético, que evidentemente nos ex-esquerdistas é considerado um defeito de carácter (nos direitistas, antigos fascistas ou "situacionistas", pelos vistos não é, porque ninguém os acusa de estarem presos psicologicamente ao seu passado, bem pelo contrário podem ser democratas sem mancha e sem memória), sempre insisti nas campanhas eleitorais em que participei em visitar as fábricas, em encontrar os trabalhadores "à saída das fábricas" e em escapar ao interminável percurso pelas "instituições de solidariedade social", ou seja, lares de idosos cujo director era dos "nossos".

Poucas coisas mais deprimentes aconteciam do que ouvir um zeloso director a falar com uma velhinha - "sabe que a Mariazinha tem noventa e cinco anos e ainda canta, canta aqui ao senhor deputado, canta" - e desejar veemente que a terra se me abrisse à frente e enviasse a senhora Maria para o Céu, onde certamente está, e a mim para o Inferno, porque entre as suas piores penas não está assistir à humilhação alheia, de quem já não tem defesa do seu querer. Talvez a senhora Maria gostasse daquela última atenção e seja eu que esteja enganado, mas é por essas e por outras que abomino o populismo e não sirvo para certas coisas.

Voltemos à "saída das fábricas", lugar que se tornou maldito depois do dr. Menezes dizer que aí estaria em permanência. Nessas campanhas eleitorais passei por várias grandes fábricas, não só em dimensão como no número de trabalhadores que, já na altura, não abundavam no país, cuja desindustrialização fizera desaparecer muitas que a nossa sempre débil industrialização tinha feito. Todas essas fábricas, todas sem excepção, desapareceram nos últimos dez anos. Em tão poucos sítios é possível ver a história a fazer-se como se fosse um filme acelerado. Estava lá ontem, hoje já não está.

Eu, que sou portuense, sabia que poucas coisas se abatem mais rapidamente do que as grandes fábricas. No Porto, tudo o que era amplo espaço urbanizável nas décadas de setenta e oitenta estava no lugar vazio de uma grande fábrica, quase sempre têxtil, e as novas urbanizações para a classe média alta tinham o nome das fábricas como a William Graham na Avenida da Boavista. (ver foto) Desaparecidas as fábricas têxteis de Salgueiros, da Torrinha, das Sedas, para além das fábricas de fósforos e de cerveja, a cidade substituía as imensas construções fabris por apartamentos. Num artigo do Expresso, um dos primeiros escritos em Portugal sobre a salvaguarda do património industrial, ainda tentei que se preservasse alguma coisa da Fábrica de Salgueiros, um exemplar típico da arquitectura industrial então em ruínas, mas o efeito do artigo foi que o que sobrava foi deitado abaixo logo a seguir, não fosse haver alguém que se lembrasse de prestar a atenção à nova (por cá) concepção de arqueologia industrial e dificultasse o caminho aos bulldozers.


Esta semana, com o despedimento de centenas de trabalhadores da Yasaki Saltano de Gaia, recordei-me de outra grande fábrica desaparecida, a Clark"s de Castelo de Paiva, uma daquelas onde estive "à saída da fábrica". Por muito boa vontade que se tivesse em fazer política, distribuir uns papéis, falar com pessoas, na "saída das fábricas", a Clark"s era um sítio péssimo para o fazer. A saída era espectacular, mas muito, muito, rápida. Nos breves momentos que durava, um mar de raparigas, mulheres jovens e na meia-idade, o maior número de gaspeadeiras que alguma vez vi na vida, saía como uma mola das portas interiores e corria, literalmente corria, para os portões e desaparecia pelas ruas e caminhos, em motocicletas, algumas em carros. Dez minutos depois, não havia ninguém e os papéis dados à pressa no meio daquelas almas fugidias desapareciam com elas tão depressa como a noite se punha.

A corrida tinha uma razão de ser, iam para casa o mais cedo possível cuidar dos filhos e do marido, cuidar da casa, não tinham tempo a perder com políticas. Como na Yasaki Saltano, a maioria dos trabalhadores são trabalhadoras, mulheres, muitas bastante jovens, muitas com poucas qualificações e que abandonaram a escola antes do tempo, a face visível do "insucesso" e do "abandono escolar", para irem trabalhar e constituir família numa idade em que os mais abastados ainda se arrastam pelo 12.º ano ou pelos primeiros anos da universidade e vivem em casa dos pais. A atracção do emprego e da família, da "sua" família, marido e filhos, não é apenas motivada pela necessidade económica, mas sim pela procura de autonomia, de uma vida própria na teia demasiado densa das famílias ainda próximas da ruralidade. Castelo de Paiva não é propriamente o centro do mundo urbano e Gaia ainda tem muitas aldeias.

O desemprego é devastador para todos, mas é-o mais para estas mulheres jovens e de meia-idade. Não é apenas a sua condição económica, a sua condição de vida que é afectada, é também a sua autonomia como mulheres, a sua capacidade de terem no salário e no emprego uma vida e uma dignidade próprias como mulheres, num mundo em que esta afirmação ainda é crucial. Recebida a notificação do desemprego, passado o período da agitação, as notícias e contranotícias de que pode haver um plano de integração na fábrica ao lado, ou a cinquenta quilómetros dali, que pode haver um supermercado que as aceite prioritariamente, que a câmara vai cuidar delas, que os sindicatos vão obter uma melhor indemnização, etc., etc., chega uma altura em que acabou. Acabou mesmo, está desempregada.

Nesse momento, em que o dinheiro que se levava para casa começa a faltar, a mulher começa a fazer contas e a cortar nas despesas. E não corta no pão, no infantário, na luz, na casa, no telemóvel - há-de vir a cortar - corta nas suas despesas, nas despesas consigo. Vai menos vezes ao cabeleireiro, arranja-se menos, compra menos roupa, tudo coisas que parecem fúteis para quem tem tudo, mas que representam um caminho para uma menor auto-estima, um desleixo que pode vir a crescer com os anos, se passar definitivamente de operária a dona de casa. É um caminho invisível, um passo atrás em que ninguém repara a não ser as próprias.

Elas sabem o que é não ter emprego, ou ter que mudar para outro emprego menos qualificado, mais solitário, mais dependente, socialmente menos reconhecido. Elas sabem que podem fazer menos coisas sozinhas, com o seu dinheiro, sem prestar contas a ninguém. Elas sabem o que significa ficar mais dependente do marido ou dos pais, ter menos esperança para os filhos, desistir de coisas que achava até então possíveis: umas férias baratas no Algarve, um carro melhor, mais visitas às lojas do Arrábida Shopping, não para ver as montras, mas para entrar lá dentro e comprar aquela roupa para o "bebé", ou aquela blusa. E sabem que saem menos e vêem mais televisão.

O desemprego pode suscitar mil e uma discussões teóricas, e ser inevitável como "destruição criadora", como "reconversão" da nossa economia, como efeito de políticas erradas que assentam na ilusão de um "modelo social europeu" insustentável face à natalidade e à globalização, tudo isso. Também eu penso que a deslocalização das fábricas é inevitável e que muito tecido industrial que temos não resiste à realidade da economia actual e que, com a nossa baixa qualificação da mão-de-obra, não temos a plasticidade para encontrar alternativas que tornem "criadora" a "destruição" schumpeteriana. A trabalhadora da Yasaki Saltano que disse que ia aproveitar a "oportunidade" para completar o 12.º ano tem toda a razão e aponta o caminho, mas nem por isso deixa de ter todas as dificuldades e não é certo que possa vir a poder utilizar as suas novas qualificações.

Mas nem por não se ter qualquer solução a curto prazo, a sociedade, nós todos, devemos deixar de olhar para cada um destes desempregos colectivos de mulheres sem a preocupação de vermos e sentirmos a devastação que ele tem por trás, o atraso social que isto significa para Portugal. Estas mulheres não vão educar os seus filhos da mesma maneira, vão reproduzir melhor o Portugal antigo do que preparar o novo. Elas sentem que falharam, tinham algumas ilusões que perderam. Mas nós falhamos mais se não temos a consciência de fazer alguma coisa. Porque se pode, na acção cívica, no voluntariado, no mundo empresarial, na política, fazer muita coisa por estas mulheres. O que é preciso é vê-las e à sua condição e não as cobrir com o manto diáfano da inevitabilidade. A começar pelo Governo, que mais uma vez se vai voltar para o betão e não para as pessoas.


(Versão do Público, de 3 de Maio de 2008.)


(url)

          


 


Abril 16 2008

                        

                      

Dá gosto viver em Portugal, ditosa pátria amada!

          

 


emgestaocorrente às 19:24

Abril 15 2008

      

   Rui Gomes da Silva é um dos muitos deputados anónimos que decoram a Assembleia da República há várias legislaturas sem que ninguém dê por eles; neste caso , perpetua-se no grupo parlamentar do PSD.

   Ninguém lhe conhece uma ideia para o país.

   Durante anos, intermitentemente, e com longos intervalos, o seu nome apenas aparecia ligado a movimentos de facções no Benfica.

   Com a ascenção de Pedro Santana Lopes, o seu nome apareceu como seu indefectível, manobrando, na sombra, o caminho do seu protector.

   Nas circunstâncias conhecidas (fuga de Durão Barroso  para o El Dorado europeu), PSL ascendeu a primeiro ministro e o seu fiel sevidor a ministro de qualquer coisa (alguém se lembra?).

   Continuou o seu silêncio ensurdecedor sobre o país e os seus rumos (ou falta deles).

   Um dia, farto de ser mais um anónimo a quem ninguém ligava importância, aproveitou uma ida a Viseu para dizer uns dislates sobre televisão e Marcelo Rebelo de Sousa.

   Caíu o Carmo e a Trindade e o ilustre desconhecido virou capa de revista e de jornal. Pelo ridículo? Não interessa, falou-se dele!

   Regressado ao limbo dos desconhecidos anónimos, anteviu o regresso à ribalta com a candidatura de Luis Filipe Meneses à presidência do PSD.

   Tornar-se uma sombra obcessiva de LFM aconteceu num ápice.

   Com o mesmo fervor com que corria atrás de PSL passou a seguir a sombra de LFM; e apesar do seu servilismo ter sido recompensado com um lugar de topo na cupula politica do PSD, a verdade é que a ninharia politica que era, ninharia politica continuou.

   Assim, como ganhar protagonismo e agradar ao chefe?

   Um dia, soube por uma personagem igual à sua, com a única diferença de ser do Porto (alguém reteve o seu nome? - Branquinho, parece), que uma senhora chamada Fernanda Câncio, jornalista do Diário de Noticias, cuja principal notoriedade parecia ser a de manter uma relação de namoro (?) com o "Eng.º" José Sócrates, iria ser contratada para colaborar num programa da RTP.

   Apesar da RTP, como aliás as outra televisões, estar cheia de nulidades, aqui d'El Rei que esta era uma nulidade que não podia ser contratada!

   E porquê? Porque fazia propaganda do governo e namorava com o primeiro ministro!

   Francamente! O 1º argumento não estava demonstrado, visto que ainda não foi transmitido qualquer programa; não passa, pois, de um processo de intenções, o que é democráticamente condenável; o 2º é ridículo e impróprio de uma mente sã.

   Assim, com colaboradores destes, meu caro Luis Filipe Meneses, não é preciso ter inimigos e o Sr. Pinto de Sousa estará descansado com os resultados das próximas eleições.

    

   PS (abrenúncio!):

   Declaração de interesses:

  • Sou militante do PSD.
  • Apoiei e dei o nome e a cara por Luis Filipe Meneses.
  • O último que apoiei foi Marcelo Rebelo de Sousa que, não sei porquê, se demitiu antes das eleições que teria ganho (até Durão as ganhou!) e o presente e futuro de Portugal seriam, decerto, mais risonhos.
  • Faço minhas as palavras de Ângelo Correia.   


emgestaocorrente às 21:31

Abril 15 2008
       
   Laurinda Alves, no seu blogue, publica hoje o post  que a seguir se rapina com a devida vénia e concordância ( e à atenção de LFM!)
Mulheres no governo em Espanha

 

É impossível ficar indiferente à constituição do novo governo de Zapatero. Anunciado ontem oficialmente perante uma bateria de jornalistas, fotógrafos e câmaras de TV, ficámos a saber que há mais ministras do que ministros e que, pela primeira vez em Espanha, há uma mulher na pasta da Defesa.

 

Carme Chacón, 37 anos, grávida de 7 meses, foi a estrela do dia. Passou revista às tropas perfiladas com o seu antecessor ao seu lado, e soube manter a pose e o aprumo que a circunstância exigia. A passagem de testemunho entre ministros da Defesa teve um impacto brutal em quem assistiu. Primeiro pela circunstância de Carme ser mulher e depois por estar à espera de um filho que nasce daqui a dois meses.

 

Esta primeira imagem oficial de Carme Chacón fez disparar instantaneamente a popularidade de Zapatero e do seu novo governo. Mas houve mais! Zapatero apostou forte e decidiu criar uma nova pasta: o Ministério da Igualdade.

 

Bibiana Aído, de 31 anos, é a nova Ministra do novo Ministério da Igualdade e a sua nomeação não deixa de ser igualmente surpreendente. Passe a redundância, a realidade desta nomeação mostra que Zapatero quer ir muito 'à frente' no seu tempo. Por dar lugar e poder às mulheres e por confiar nas gerações mais novas.

 

Os 31 anos de Bibiana Aído e a gravidez evidente (e quase de termo) de Carme Chacón dizem muito nos dias que correm. Embora não seja fã de Zapatero tiro-lhe o chapéu pela ousadia com que rasga o horizonte governamental e institucional. Não só investe na competência e inteligência femininas, como não se importa de 'esperar' que a nova ministra da Defesa tenha o seu filho e fique de baixa nos primeiros tempos. Mais, acredita que após o parto Carme continua a ser a mulher mais apta para o serviço.

 

Zapatero contraria assim a lógica em vigor em muitas empresas, que desaconselham as mulheres a terem filhos para poderem evoluir na carreira e serem produtivas. Pobres empregadores estes que acreditam que uma mulher é mais produtiva e mais eficiente se a sua vida pessoal e a sua evolução profissional forem condicionadas (ou mesmo prejudicadas) pelo facto de quererem constituir família.

  

Gostei do que vi ontem e fico atenta à performance das novas ministras espanholas e destas duas em particular.  



publicado por Laurinda Alves às 12:01

Carme Chacón será ministra de Defensa

     



Abril 15 2008
          
   Rapinado, com uma gargalhada, do 31 DA ARMADA
Ai, como eu adoro o Eça!!!


publicado por Sofia Bragança Buchholz às 00:05
     


Abril 14 2008

 

   Do "Público" de hoje:

       

 

Coordenador nacional dos Cuidados de Saúde Primários pede demissão à ministra Ana Jorge
       

14.04.2008, Margarida Gomes
      

O coordenador nacional da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), Luís Pisco, apresentou a sua demissão do cargo, considerando ser "incapaz de levar para a frente a tarefa de reconfiguração dos centros de saúde", mas a ministra da Saúde, Ana Jorge, está a tentar demovê-lo.
Numa reunião na segunda-feira da semana passada com toda a equipa da unidade de missão, incluindo cinco coordenadores regionais, Luís Pisco declarou, em relação à implantação dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES): "Somos mais um problema do que solução".
Confrontado ontem pelo PÚBLICO, Luís Pisco confirmou que apresentou a sua demissão à ministra da Saúde, mas recusou revelar as razões que o levaram a tomar a decisão. "Esta não é a altura para prestar mais declarações sobre essa questão, até porque amanhã [hoje] vou ter uma reunião com a ministra para tratar desse assunto", afirmou.
Na reunião de segunda-feira, Pisco comunicou a intenção de se demitir do cargo, dando conta de "problemas internos" ao nível da Missão para os Cuidados de Saúde Primários e "outros "do Ministério da Saúde" que entendia poderem ser de per si resolvidos, mas "em conjunto previa de difícil ou impossível solução".
O coordenador da missão nacional iniciou a reunião justificando a ausência de ordem de trabalhos com a necessidade de esclarecer a sua posição pessoal face às duas tarefas da MCSP: a concretização das Unidades de Saúde Familiares(USF) e a reconfiguração dos Centros de Saúde através da criação dos ACES.
De acordo com a acta da reunião a que o PÚBLICO teve acesso, Luís Pisco comunicou a intenção de "apresentar nesse mesmo dia ou no dia seguinte" a sua demissão à ministra da Saúde, ficando dependente do resultado desta reunião as condições e prazos para a cessação das actividades da MCSP, nomeadamente no que se refere às USF de modelo B.
Nessa reunião esclareceu que, enquanto coordenador da MCSP, não conseguia cumprir a reconfiguração dos Centros de Saúde.
"Por culpa própria, eu não tenho condições para ir ao encontro da implementação das ACES e com estas pessoas será muito difícil; sem elas também, será difícil". Apesar de reconhecer a necessidade destes Agrupamentos, enquanto ponto essencial para a concretização e desenvolvimento da reforma dos centros de saúde primários, declarou "não ter condições pessoais nem estar disposto a mediar eventuais estratégias divergentes com as administrações regionais de saúde (ARS)".
      
   Os Cuidados de Saúde Primários (CSP) - Centros de Saúde e suas extensões, deviam ser a base do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
   Do seu bom funcionamento depende, essencialmente, o estado de saúde dos portugueses, sob o ponto de vista macro (dos grandes números).
   É ao nível dos CSP que se notam as maiores deficiências do SNS; não só a nível de recursos humanos, como de equipamentos, como de instalações.
   A pirâmide que devia representar o SNS está completamente invertida.
   Sendo (deveriam ser...!) os CSP a base desta pirâmide, a verdade é que tanto em recursos humanos, como em equipamentos eles constituem apenas o vértice.
   Por outro lado, não havendo autonomia administrativa, nem financeira nem órgãos dirigentes com formação e com instrumentos de gestão, os CSP navegam à vista, sem rumo e ao sabor das vontades e caprichos individuais, multiplicando as qualidades de muitos dos seus prestadores mas também as insuficiências e ineficiências de muitos outros que, libertos de um cadeia hierárquica, administrativa e técnico-cientifica, aproveitam, em benefício pessoal, a anarquia em que o sistema vive.
   Os hospitais, que deviam ser o cume da pirâmide, resolvendo com recursos e meios técnicamente avançados os problemas daquela percentagem de doentes que fogem ao âmbito de resolução dos CSP, ponto de vista micro, acabam, por força das circunstâncias, em substituir (sem vantagem para ninguém!) os CSP.
   Muitos dos problemas que os hospitais enfrentam não são estruturais mas apenas conjunturais,devido ao estado em que se encontram os CSP.
   O caos em que vivem os serviços de urgência são, essencialmente devidos ao deficiente funcionamento dos CSP.
   
   Dito isto:
     
    Alguém percebeu  alguma coisa do que veio descrito na noticia que se publica acima?
   Sabendo-se que ao Dr. Luis Pisco não falta bom senso, nem calma, nem poder de encaixe, nem experiência na direcção dos mais variados dominios de actividade - sindicatos, assossiações profissionais, organismos de topo da administração pública, sabendo-se que já ocupa este cargo há cerca de 3 anos e que esta missão parecia ser a sua "cereja em cima do bolo", o que o leva agora, súbitamente, e após a mudança de ministro a pedir a demissão e com declarações ininteligiveis?
      
   E já agora: desde que esta ministra tomou posse as demissões no topo da máquina do ministério não páram; dia sim, dia não alguém se demite! (Presidente do INEM, Coordenador das doenças-cardio-vasculares Coordenador das doenças oncológicas, Coordenador dos transplantes, etc.).
   Não há semana em que não ocorram baixas no jet set médico nacional!
   Que se passa sr.ª Ministra?
      
  

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