Em gestão corrente ...como o País...

Novembro 22 2007

   

   O Código Deontológico da Ordem dos Médicos proíbe liminarmente todas as formas de aborto (hoje em dia poeticamente designado como interrupção voluntária da gravidez), excepto quando há comprovado perigo de vida para a mãe.

   No entanto, sempre houve médicos que o praticaram, directa ou indirectamente, sem que alguma vez a Ordem tivesse feito fosse o que fosse sob o ponto de vista disciplinar.

   Mais: toda a gente sabe que em muitos hospitais públicos se praticava o aborto, antes da actual legislação, embora de uma maneira encapotada, utilizando outras designações.

   Não há memória  de que qualquer entidade (Administrações, Ministério, Ordem) actuasse, instaurando inquéritos ou processos disciplinares.

   Entretanto ocorreu o referendo e publicou-se a actual legislação (bastante permissiva) e os hospitais e médicos não objectores de consciência iniciaram a prática do aborto às claras, sem o secretismo e a clandestinidade de outros tempos.

   Tudo estava a decorrer calmamente e sem polémicas .

   Mas o Ministro da Saúde, com a sua habitual elegância de elefante em loja de porcelanas, quis abrir uma guerra onde ela não existia e, ameaçador, deu um prazo à Ordem para esta modificar o Código, subordinando-o à lei do aborto.

   Talvez  fizesse sentido se o Bastonário não tivesse vindo a público, imediatamente, declarar que a Ordem iria manter a sua tradicional prática de não accionar disciplinarmente os médicos que praticassem o aborto.

   Assim sendo não se percebe a violência das declarações ministeriais a não ser que se destinem, apenas, a lançar poeira sobre a incompetência e a falta de sensibilidade social que esta equipa ministerial vem demonstrando e que provoca criticas mesmo nas cúpulas de um partido tão domesticado e tão amorfo como o actual PS.

   À hipocrisia da Ordem (que proíbe mas fecha os olhos), contrapõe-se a paquidérmica elegância de um Ministro que inicia uma guerra que ninguém compreende.

   Mas o Ministro não tem mais que fazer?

   

 

 



Setembro 05 2007

 

   O Diário da República da passada 6ª feira publicou este autêntico mimo:        

   ...

   "Designo o enfermeiro Sérgio David Lourenço Gomes para chief

   nursing officer.."

   ...

   (Despacho nº 19816/2007 de 13 de Agosto, do Ministro da Saúde)

        

   Ficámos assim a saber que o nosso amado líder da Saúde, capaz de milagres só comparáveis aos grandes feitos norte-coreanos, por entre os ciclópicos trabalhos de substituir toda a gente por boys com qualquer pretexto ou sem pretexto nenhum), martelar os números de modo a que os resultados dos seus hospitais EPEs não pareçam tão maus como efectivamente são, de por artes mágicas ter diminuído as despesas e ter aumentado a produção e de ter feito sessões públicas de chantagem sobre os autarcas para assinarem (a troco de coisa nenhuma), acordos em que perdem uma boa parte do que têm, conseguiu um tempito para aulas de inglês e praticar esta língua no Diário da República Portuguesa

   Parabéns Portugal, com este ministro já tem um chief (!) nursing (!) officer (!)...

   Ora toma, embrulha e não digas que vais daqui!

   E ainda há quem chame bimbo e piroso ao não sei quantos Castelo-Branco!

   


 

  


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