Se concordo com isto:
Santana Lopes: o antídoto da esperança
Carregado de razão está Pacheco Pereira ao clamar contra a escolha no PSD de Pedro Santana Lopes para candidato à Camara Municipal de Lisboa. Com mais ou menos justiça, mais ou menos inabilidade, Santana Lopes foi a face visível dos mais patéticos momentos da política nacional dos últimos trinta anos. Tendencialmente apreciado pelo jornalismo estabelecido, suspeito que também o é secretamente pelos adversários à esquerda, na expectativa dum caminho fácil rumo aos seus objectivos.
Também concordo com isto:
José Pacheco Pereira voltou ontem a desiludir-me na Quadratura do Círculo. Irritadíssimo (sem o assumir) com Manuela Ferreira Leite por ter dado luz verde à candidatura de Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa, procurou disfarçar esta irritação disparando em alternativa contra a distrital alfacinha, que aprovou esta escolha por 29 votos contra dois. Como se desconhecesse que a distrital jamais escolheria Santana sem o aval prévio de Ferreira Leite.
E desiludiu-me porquê?
Porque, com notória maldade, decidiu avançar com três nomes alternativos a Santana: Pedro Passos Coelho, António Borges e Nuno Morais Sarmento. No primeiro caso, trata-se de uma maldade ao próprio Passos Coelho, que não precisa do trampolim de Lisboa para atingir a liderança do partido. No segundo caso, é uma maldade ao PSD: Borges garantiria ao partido a mais copiosa derrota de sempre na capital. No terceiro caso, é uma maldade aos lisboetas: a última entrevista de Sarmento ao Expresso revela (digamos assim) que não está em condições intelectuais de gerir o maior município do país.
Ainda esperei que desta vez Pacheco se oferecesse para liderar ele próprio a lista autárquica social-democrata em Lisboa. Só assim seria consequente com as críticas que continua a dirigir a Santana (desta vez com o mais que certo adversário do PSD, António Costa, a escutá-lo, com ar deliciado, a poucos metros dele no estúdio da SIC). Mas compreendo-o bem: é sempre mais fácil sugerir que avancem outros e continuar a perorar de fora. Ninguém é perfeito. Ou prefeito, neste caso de Lisboa.
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