Descendo a judiaria
ou subindo pela porta da muralha,
do lado de Espanha
chega-se a esta graciosa fonte
toda em mármore.
Fonte da Vila
Classificado como IIP (Imóvel de Interesse Público) desde 1953, é o Ex-Líbris da Vila, constitui um monumento que se destaca entre outros, não só pelo seu valor artístico, como pelo conjunto arquitectónico e urbanístico em que está inserida. Situa-se em pleno Largo Dr. Frederico Laranjo.
Analisando-se a planta de delimitação do bairro judeu de Castelo de Vide, pode concluir-se que a fonte estava integrada no mesmo. Este existiu desde o séc. XIV ao séc. XV. A fonte foi um foco de desenvolvimento radial de ruas que se desenvolveram à sua volta, deduzindo-se que terá sido construída no séc. XVI, no reinado de D. João III, embora também seja provável que a sua construção seja de várias épocas, em que no início terá existido apenas uma nascente, inicialmente transformada numa pequena fonte de água potável, que no séc. XVI foi mandada construir.
A forma do tanque principal é rectangular e delimitado por lajes graníticas dispostas na vertical do qual saem seis colunas de mármore que sustentam uma cobertura piramidal que remata em pinha. Ao centro do tanque ergue-se um corpo discóide com quatro bicas simétricas e sobre este, um outro paralelepípedo, decorado com as Armas de Portugal, as do Concelho e com duas figuras de meninos. Este conjunto é rematado por uma pinha em forma de flor de acanto ou tulipa.
Ao lado possui um outro tanque, rectangular, destinado a animais bestas e cavalares.
(Fonte: Câmara Municipal de Castelo de Vide)
A Câmara Municipal.
(o meu sogro, Dr. Joaquim Ribeiro Estevão de Faria,
a ela presidiu durante 12 anos,
até ao seu falecimento prematuro)
No largo da Câmara existe esta bela e tipica casa beirã,
sobre a qual não resisto a contar a seguinte história:
A casa era propriedade de uma sobrinha de Salazar.
Em certa altura o marido da proprietária (parece que militar)
quiz demolir a casa para construir uma nova.
O então Presidente da Câmara, meu sogro, não autorizou.
Algum tempo depois, Salazar,
durante uns dias de férias no Vimeiro,
interpelou o meu sogro sobre o assunto.
Este, respondeu-lhe que permitiria obras de conservação e restauro desde que fosse respeitada a traça e a fachada.
No entanto, Salazar como Primeiro Ministro
que resolvesse o que entendesse,desde que, préviamente,
demitisse o meu sogro de Presidente da Câmara
(nesse tempo não havia eleições autárquicas,
sendo os Presidentes de Câmara nomeados pelo governo
- e esses cargos não eram remunerados!).
Felizmente, Salazar optou por manter o Presidente da Câmara
e, portanto, ainda hoje podemos usufruir
da visão desta bela e harmoniosa casa
tal como ela era,
embora com obras de reconstrução!
A antiga sede dos Bombeiros,
onde o meu sogro
(que já não conheci)
morreu, ainda novo, ao discursar
na posse de um novo comandante.
Um bonito solar
numa rua estreita
do centro histórico.
Um bonito conjunto de casas populares
num dos largos do centro histórico.
Os CTT e a Caixa Geral de Depósitos
vistos do jardim do Palácio da Justiça.
Um pequeno mas gracioso largo
junto ao rio
com as casas tradicionais
e a Igreja Matriz ao fundo.
Um recanto adorável
numa das ruas estreitas do centro histórico.
A casa do padre:
repare-se nas cantarias de granito das portas,
janelas e varanda;
repare-se nas paredes em blocos de granito
e na varanda com colunas em pedra e tecto de madeira.
O largo do tribunal novo
com as varandas da biblioteca
e as traseiras da casa do padre.
Uma casa tipica da classe média,
com os seus blocos de granito,
as águas furtadas altas e trabalhadas
e a profusão de portas, janelas e varandas.
O antigo tribunal,
todo em blocos de granito.
Um solar
(da família ? -agradece-se a indicação)
grande mas muito harmonioso.
Uma rua de casas recuperadas.
E perguntam os caros leitores: S. Comba Dão - lugar de culto?, porquê?
Contra a v. possível expectativa, por 2 simples razões:
- a primeira, porque foi lá que a minha mulher viveu, cresceu e se tornou mulher;
- a segunda, como homenagem ao meu cunhado Miguel que sempre se manteve ligado a S. Comba, lá construíu casa e lá faleceu, ainda novo, há cerca de 2 meses.
Acresce que a vila apresenta património edificado que justifica a designação de lugar de culto.
Comecemos pela Igreja Matriz:
e continuemos pela ponte que está defronte;
à esquerda, uma bela casa em fim de restauro
à direita, uma vista parcial do casario antigo
para trás, o largo da Biblioteca e do Tribunal.
Nas manhãs de sábado,
no outono,
as ruas de Castelo de Vide
fervilham de actividade:
cães nas varandas
(com botas a secar)
gatos a passear
multidões de velhas comadres
a comentarem os acontecimentos
guaritas medievais
a espreitar e vigiar
o fotógrafo
paredes, portas, varandas e janelas
a espregiçarem-se ao sol
enquanto as flores
irrompem de todos os buracos da calçada
Encantos tamanhos
não há noutro lugar!
A vida agitada
dos sábados de manhã,
no outono.
As cores do outono
estendem-se à Igreja Matriz,
sob o olhar atento das
Torres de Menagem e da Igreja de S. João
e de alguns turistas de passagem.
Enquanto a Câmara Municipal
se mantém impávida e serena.
É Castelo de Vide
no seu máximo encanto!