Em gestão corrente ...como o País...

Maio 21 2011

   A "esquerda" (PCP,BE e PS em versão socrática pré-eleitoral) tem vindo a colocar o "Estado Social" como linha divisória entre a esquerda e a direita e como bandeira eleitoral contra uma "direita" (PSD e CDS) que estaria desejosa de o destruir.

   Acontece que quem criou o "Estado  Social" em Portugal foi a direita ditatorial e ultramontana.

   Com efeito, foi Salazar que criou as Caixas de Previdência, as Casas do Povo e o Fundo de Desemprego e, mais tarde, foi Marcelo Caetano que desenvolveu e deu grande expressão a este sistema de protecção e apoio social.

   Ainda hoje o Ministério (do Trabalho e) da Solidariedade Social funciona a partir de toda essa estrutura criada por Salazar.

   Se alguém em Portugal se pode intitular como criador e defensor do "Estado Social" foi precisamente a "direita".

   Ironias da História!

   



Março 24 2009

   

   O Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentou a semana passada uma nova estimativa sobre a evolução demográfica do nosso país para os próximos 50 anos.

   Conjugando a evolução previsível de vários factores (fecundidade, mortalidade, migrações) traçam vários cenários para 2060.

   O cenário que consideram mais provável baseia-se na hipótese de que o número de filhos por mulher em idade fértil subirá ligeiramente (de 1,3 para 1,6), que a esperança de vida subirá gradualmente de 82 para 87,9 anos e que o saldo migratório (diferença entre entradas e saídas do país) também crescerá.

   Neste caso, estima-se que haverá 271 idosos para cada 100 jovens, bastante mais do que acontece agora (116 para 100).

O rácio de dependência de idosos (relação entre a população idosa  e a população entre os 15 e os 64 anos) também vai aumentar de 3,8 activos para cada idoso (2007) para 1,8 para 1 em 2060.

   Estes factos colocam problemas  de solução extremamente difícil:

   1. Como assegurar o Estado Social e manter as prestações sociais, especialmente as reformas, se vai haver cada vez mais gente e durante mais anos a receber e cada vez menos activos a contribuírem para sustentar o sistema?

   2. Como financiar o sistema de saúde se este envelhecimento acelerado vai exigir cada vez mais recursos humanos, técnicos e financeiros e se as despesas vão disparar com o peso cada vez maior de doentes com poli patologias e com doenças crónicas que vão durar cada vez mais tempo?

  

(Post escrito com base em reportagem  do Público de 20 de Março, pág.9)

 


 


Julho 13 2008

Para ler e pensar:

Fim de um modelo *

Publicado por CAA em 16 Junho, 2008

                   

Esta é uma crise de várias crises que confluíram num mesmo momento.
   Sobretudo na Europa, o modelo que predomina ainda é o Estado Providência – os poderes públicos intervêm nas actividades dos cidadãos, moldando-as aos objectivos estatais e tentam promover amplos benefícios sociais concedidos por um aparelho administrativo agigantado, tudo suportado através do pagamento de impostos.

   Por exemplo, mais de metade da riqueza produzida em Portugal serve para pagar a máquina do Estado.

   E os auxílios sociais aumentam enquanto diminui o número de contribuintes – logo, os impostos estão numa irracional espiral de crescimento de que não se consegue ver o fim.
   Abundam as interpretações simplistas de que estamos perante uma crise do chamado neoliberalismo – só que não é esse modelo que está em vigor.

   Esta é a crise da lógica governativa que está em toda a parte: o Estado Social, agora mais merecedor do nome de Estado Tributário.
  O ‘politicamente correcto’ agita o papão de um liberalismo que não existe com o objectivo insidioso de camuflar as ineptidões do ‘Estado Papá/Mamã(**) que se esboroa diante dos nossos olhos.

            

* HERESIAS, Correio da Manhã, 15.VI.2008

** Essa expressão é da autoria de José Manuel Moreira


 


Março 14 2007

                    

     O Sol, semanário conhecido por não dar  brindes aos leitores mas "oferecer" páginas de propaganda ao Eng.º Sócrates,  noticia que dez espécies de aves migratórias chegaram, este ano, mais cedo a Portugal.

      Entre outros, os cucos, os milhafres-pretos , as alvéolas-amarelas e os andorinhões-pálidos bateram recordes de antecipação na sua chegada a Portugal, desejosos de verem in loco as maravilhas da politica governamental; António Vitorino afirma, mesmo, que os andorinhões ficaram pálidos devido ao espanto  perante a força reformadora do governo!

      Embora algumas vozes maldosas da oposição de direita declarem que a vinda precoce destas aves se deve ao facto de recearem que o ministro Correia de Campos encerre todas as urgências e maternidades antes de terem tempo de nidificarem, Jorge Coelho já afirmou, sem margem para dúvidas, que o fenómeno se deve ao enorme poder de persuasão do inefável ministro Manuel Pinho, que os convenceu com a mão de obra barata em Portugal.

      O Eng.º , que já na Covilhã, ainda de bibe, demonstrava inegáveis qualidades de líder e um responsável sentido de estado quando jogava ao berlinde e ao pião, já prepara uma declaração solene aos media em que desvaloriza a fuga do nosso país das multinacionais e investidores estrangeiros, contrapondo as vantagens da sua substituição por estas diligentes aves; com efeito, sabe-se que os investidores estrangeiros produzem muito menos estrume que aquelas aves não beneficiando, assim, a agricultura portuguesa; as aves são assim como o champô 2 em 1, segundo as sensatas e sábias declarações do      Ministro da Agricultura.

      Há mesmo quem afirme, como o ministro Augusto Santos Silva, que as cegonhas, este ano, nem sequer chegaram a sair de Portugal, demonstrando, assim, um notável desejo de cooperação estratégica com o governo; no entanto, algumas vozes (maldosas!) da oposição de direita insinuaram que esta permanência das cegonhas se deve apenas ao facto de esperarem serem contempladas com algumas das milhares de nomeações politicas que  todos os dias enchem as páginas do Diário da República.

      O próprio ministro Luis Amado, essa biblica figura governamental, já mandou encerrar várias embaixadas e consulados, pois não há capacidade de resposta para tantos pedidos de vistos de entrada no país apresentados pelas mais diversas espécies de aves, canoras e não canoras, desejosas de usufruírem as maravilhosas condições oferecidas pelo modelo do nosso estado social.

     


 


mais sobre mim
Fevereiro 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
27
28


links
pesquisar
 
blogs SAPO