Em fevereiro de 1982 um tribunal inglês condenou Sean Hogdson a prisão perpétua por ter violado e estrangulado uma empregada de um bar.
Hogdson era um mentiroso compulsivo e já tinha confessado à polícia vários crimes que não tinha cometido.
Era um caso comprovadamente psiquiátrico.
Neste crime, que não cometeu mas que "confessou", os juízes basearam-se também na compatibilidade entre o seu grupo sanguíneo e o encontrado no carro onde a mulher foi violada e assassinada.
Os advogados do falso réu provaram os seus problemas psiqiátricos, o que não foi tido e conta pelos juízes senão para o cumprimeno da pena se efectuar na ala psiquiátrica da prisão.
A partir de 1986 os tribunais ingleses adoptaram a tecnologia do ADN, infinitamente mais fiel que a do grupo sanguíneo.
Em 1998 os testes de ADN, aplicados ao esperma encontrado nos órgãos genitais da violada, provam a inocência de Hogdson.
No entanto estes resultados ficam "perdidos" na teia burocrática dos tribunais e só agora foram tornados públicos e o condenado libertado.
Vários factos tornam este caso dramático e revelador da falta de rigor e seriedade da justiça britanica:
1. É condenado um homem sem qualquer tipo de provas credíveis!!!
2. Há 11 (onze!!!) anos que os tribunais sabem que o condenado está inocente e, por inacção, mantêm a prisão e só o libertam quando há uma denúncia pública da situação!!!
3. Não há desculpas públicas nem qualquer de indemnização a este inocente que teve a vida desfeita durante 27 anos!!!
Isto passou-se em Inglaterra, imagine-se o que se passa cá em Portugal com esta gente dos "agentes judiciários"...
E ainda há quem defenda a pena de morte!
(Post baseado na reportagem do Público de 20/3/2009, pág. 6-7 do P2)