O carnaval numa velha, desertificada e envelhecida vila do Norte Alentejano faz-se espontânemente, pelas pesoas que voluntáriamente se juntam para o celebrar.
Não há estrelas da TV, não há fios dentais (apesar do sol está vento fresco) nem sambas.
Percorrem-se as ruas, em cortejo, parando aqui e acolá para cantar e dançar
Os trajes, neste Domingo Magro, são os antigos, dos trabalhos rurais.
Ora vejam como é o carnaval em Alpalhão:
Banco acima de um parque de estacionamento que nunca é utilizado, em rua onde ninguém passa, apesar de se encontrar muito perto do centro da vila.
Em frente vê-se a paisagem da foto seguinte e à direita vê-se o castelo e o casario (2ª foto a seguir).
Em Castelo de Vide, claro!
No penhasco central: a S.ra da Penha (um local de culto!)
E que saudades
do céu limpo, do sol,
do cheiro a terra
e do barro vermelho!
Foto de Carlos Helder Leitão de Macedo
no "Olhares".
Há mais de 1 mês que não vou ao Alentejo!
Hoje, ao navegar no "Olhares" ,
encontrei esta óptima fotografia
de Carlos Afonso
que me reavivou as saudades.
O Sr. Marques Belo, nosso leitor em Alpalhão (Nisa), enviou-nos esta fotografia de um campo de futebol entre Extremoz e Sousel.
As redes e as marcações já desapareceram há anos.
As flores ocuparam o terreno que os desportistas abandonaram rumo a Espanha, Alemanha ou Inglaterra ou qualquer outro sitio onde possam ganhar a vida.
A pátria é uma madrasta para os portugueses e o centralismo bonapartista do Terreiro do Paço está-se nas tintas para o interior.
As oliveiras definham de solidão.
Ao menos, como diz o nosso leitor, neste campo não há jogos sujos, nem insultos, nem expulsões.