Paulo Portas, o trauliteiro da comunicação social nos anos 80/90, após um estágio de intenso populismo por mercados e feiras, chegou (graças à fuga do Eng.º Guterres do pântano que ele próprio tinha criado) a ministro, e logo da defesa!
Indispensável ao Dr. Barroso para formar governo, tornou-se europeísta, transferiu-se das feiras para as discotecas mais in , vestiu-se à Lord (com fatos às risquinhas e gravatas inglesas), compôs pose de estado e tentou ganhar a credibilidade que nunca tinha tido.
Beneficiando do desastre que foi a actuação do sucessor do Dr. Barroso, chegou mesmo a ser uma das figuras de referência desse governo.
Com o desastre eleitoral que se seguiu, fez uma declaração de retirada das lides partidárias activas e, com alguma pompa e circunstância, anunciou uma licença sabática nos USA para inicio de uma promissora carreira académica, para a qual não faltavam convites das mais prestigiadas instituições americanas!
Claro que ficou por cá, ocupando o seu lugar de deputado e iniciando uma discreta carreira de comentador politico numa tribuna televisiva quinzenal, generosamente colocada à sua disposição pela SIC.
Nessa tribuna adoptou um estilo bem comportado, passível de ser aproveitado por um PS ou um PSD que, no futuro, viesse a necessitar dos seus votos para se manter ou ascender ao poder.
Paralelamente, manobrava, na sombra, o grupo parlamentar composto na sua quase totalidade de fieis seguidores.
Estando
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o Eng.º (?) Sócrates com uma confortável maioria absoluta e o PS calado e caninamente domesticado,
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o Presidente da República entretido numa diligente cooperação estratégica com o 1º Ministro,
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o PSD numa bocejante hibernação oposicionista, apenas interrompida de vez em quando por um qualquer figurante que, inexplicavelmente, mostra interesse em substituir o Dr. Mendes,
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e sendo quase certo que, neste quadro, é previsível que Sócrates renove a maioria absoluta daqui a 2 anos e meio,
o que terá levado o Dr. Portas a subitamente estalar o verniz e mostrar-se como é (um trauliteiro sem princípios nem educação, um corsário que não olha a meios para atingir os seus fins)?