Em gestão corrente ...como o País...

Março 09 2012

 

Igual aos deuses me parece

quem a teu lado vai sentar-se,

quem saboreia a tua voz

mais as delícias desse riso

 

que me derrete o coração

e o faz bater sobre os meus lábios.

Assim que vejo esse teu rosto,

quebra-se logo a minha voz,

 

seca-me a língua entre os dentes,

corre-me um fogo sob a pele,

ficam-me surdos os ouvidos

e os olhos cegos de repente.

 

Torna-se liquido o meu corpo:

transpiro e tremo ao mesmo tempo.

Vejo-me verde. mais que a erva.

Só por acaso é que não morro.

 

 

Safo,

séc. VII a. c., Grécia

 

Tradução de David Mourão-Ferreira

 

in "Os Dias do Amor, Um poema para cada dia do ano",

de Inês Ramos, Ministério dos Livros Editores, 2009



Março 06 2012

 

   Em 1973 eu trabalhava e vivia em Fornos de Algodres. Numa das viagens semanais a Viseu passei, por acaso, numa livraria/discoteca nova que ainda não conhecia. Comprei o último LP do Sérgio Godinho (então exilado em França) e o úlimo LP dos Procol Harum (Grande Hotel) e o último romance de Augusto Abelaira.
   O livreiro num lampejo de inteligência, que ainda hoje agradeço, perguntou-me se eu conhecia um autor sul americano chamado Gabriel Garcia Marquez.
   Respondi que não e ele mostrou-me a 1ª edição portuguesa dos Cem Anos de Solidão, penso que da Europa-América.
   Para não o desiludir (ele tinha elogiado o bom gosto das minhas escolhas...), comprei o livro.
   À noite, por desfastio, desfolheei-o e comecei a lê-lo.
   Era sábado à noite e acabei de o ler no domingo, à hora do almoço, sem ter pregado olho!
   Ainda hoje, juntamente com outros, como a Poesia Completa de Eugénio de Andrade, é um dos meus livros de cabeceira, sempre lido, relido e treslido com muito gosto, gozo e proveito.
   Obrigado Gabo!
   Obrigado anónimo livreiro de Viseu!



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