Duas velhas estrelas,
Emmylou da country e The Chieftains da folk irlandesa,
juntos e ao vivo,
para o leitor acender a lareira e encher 1 cálice de Porto
Duas velhas estrelas,
Emmylou da country e The Chieftains da folk irlandesa,
juntos e ao vivo,
para o leitor acender a lareira e encher 1 cálice de Porto
Algumas imagens do inverno
Chega mais cedo;
conheço-lhe os passos:
já muita vez aqueceu as mãos
ao lume da minhas.
Vai demorar-se;
sacudir a lama, remendar
os sapatos, tirar o sal
que se juntou em redor dos lábios.
Entre o silêncio e o falar
não há senão
espaço para anoitecer.
Tão pesadas, as folhas do ar.
Eugénio de Andrade, in
"Ofício de paciência", 1994
Rod Stewart é um velho canastrão
que em boa hora abandonou o futebol profissional
(era guarda-redes)
e enveredou pela música pop;
apesar de canastrão gosto dele,
especialmente quando está tão bem acompanhado
como nesta velha canção.
Amy Belle é o seu nome,
e não é bela só de nome.
Mas não deixem de apreciar a saxofonista!
Paulo Morais no "Jornal de Notícias":
Em alta velocidade para o abismo<input ... >OntemO TGV, que se anuncia, é talvez o investimento público mais estúpido de toda a história do nosso país. O enorme espírito de Natal dos portugueses, associado aos seus tradicionais brandos costumes, não chega para tolerar tão enorme disparate. O TGV não cumpre qualquer regra mínima a que se deve submeter um investimento. Não é nem nunca será economicamente rentável. Não induz efeitos reprodutores positivos, não gera sinergias na actividade económica. E, por fim, não tem a mínima utilidade social. Sem qualquer sustentabilidade económica, o projecto tem um custo previsto de cerca de 15 mil milhões de euros, valores da ordem de grandeza da colecta anual do IVA ou IRS (a que irão acrescer os crónicos desvios orçamentais das obras públicas). O investimento não é amortizável e, apesar da (pífia) comparticipação de fundos europeus, irá comprometer os impostos de três gerações. Além de que a exploração comercial deste comboio será deficitária, como já o é em todos os países e todas as linhas - com uma única excepção, no Japão. O TGV também não aportará qualquer efeito positivo à economia nacional. Não serve para transporte de mercadorias, esta sim uma prioridade urgente e sempre adiada. Só de forma muito diminuta servirá o turismo. Nem a agricultura, as pescas ou as indústrias de qualquer tipo beneficiarão da sua existência. Este comboio será usado apenas pela oligarquia lisboeta, nas suas jornadas de vassalagem a Madrid e incursões colonialistas ao Porto. Por último, o TGV não incorpora benefícios de ordem social. A maioria dos cidadãos nunca utilizará este transporte de ricos, que será pago pelos impostos dos pobres. Então, para que serve? Para que Portugal não fique arredado das rotas do desenvolvimento, como nos querem fazer crer? Este é o mais falacioso dos argumentos. Se o TGV gera riqueza, então por que razão os países com os mais elevados índices de desenvolvimento humano - a Noruega, a Suécia, a Irlanda, ou até a Austrália e o Canadá - não têm alta velocidade ferroviária? De facto, este megaprojecto interessa apenas aos construtores, a quem os políticos portugueses devem humilhante obediência. Aos fornecedores de tecnologia, que controlam a burocracia europeia. E aos bancos, que aqui garantem um negócio milionário, cujo risco está coberto por garantias estatais. A grande velocidade, já hoje se encaminha o país para o abismo. Vem aí o TGV, o empurrão que faltava para o descalabro total. |
E como o Natal
também serve para relembrar
os amigos
que já se foram,
uma escultura do
Mestre Martins Correia,
mestre nas artes e na vida
A todos os leitores
e visitantes deste blogue
desejo um bom Natal
e as maiores felicidades
para o novo Ano
De Francisco José Viegas no "A origem das espécies":
Vejamos. Portugal não é diferente dos outros países em matéria de excesso de palavrório.
Mas é uma pena que, no meio de tanto discurso, declaração, comissão parlamentar de inquérito, audições e audiências, se percam às vezes coisas que valia a pena reter. António Ribeiro Ferreira fala do assunto na sua crónica de ontem, no CM.
Por exemplo, o Procurador-Geral da República afirmou no Parlamento que o senhor Governador do Banco de Portugal foi alertado para uma grande fraude internacional que envolvia o BPN.
Quando? Há quatro anos. Devia o BP estar de sobreaviso? Sim. Esteve? Não.
O Procurador disse também que não tem meios para investigar crimes de corrupção.
Ao ouvir isto, os deputados o que fizeram? Peocuparam-se? Não. Mas devem estar a nomear uma comissão de inquérito.
[Da coluna do Correio da Manhã.]
A minha neta Sofia (8 anos, 3ª classe) mais uma vez conseguiu surpreender-me!
Além de mostrar muito boas potencialidades para o desenho e pintura,está a mostrar-se dotada para a escrita e a poesia.
Do blogue dela ("Sofiices") retirei a mais recente história que ela escreveu.
Era uma vez uma bruxa, cujo trabalho era estragar a vida do reino, fazendo maldições.
Um dia o Rei fartou-se e disse aos guardas:
- Vão até à torre e digam à bruxa para ela parar.
Eles foram.
Quando chegaram a bruxa já tinha preparado uma armadilha para os guardas, mal entraram na torre caíu uma grande rede por cima deles. E a bruxa disse assim:
- Com que então o Rei mandou-os cá.
- Sim e mandou-nos dizer para tu parares com as maldições, disseram os guardas.
Mais tarde o Rei preocupado com os guardas, foi à torre, mas primeiro foi avisar a Rainha:
- Minha querida Rainha tenho de ir à Torre de Magia Negra.
E a Rainha disse:
- Mas essa torre está cheia de magia negra?
- Sim, mas tenho de salvar os guardas, disse o Rei.
Quando o Rei chegou, a bruxa estava a preparar uma poção mágica para os guardas.
- Olá bruxa, com que então a fazer uma poção mágica!, disse o Rei.
E a bruxa quando ouviu o que o Rei disse, deixou cair o caldeirão que estava preso por uma corda que ia dar à mão da bruxa, e a poção caíu para cima dela e ela transformou-se numa menina muito pequenina.
O Rei e a Rainha quiseram adoptar a bruxa que se tinha transformado numa pequena menina.
História escrita por mim em 21 e 22 de Dezembro de 2008
que dedico à minha amiga Francisca Estevães
Do "Corte na aldeia", com a devida vénia:
Do "Blasfémias", com a devida vénia:
Publicado porCAA em 20 Dezembro, 2008
Santana Lopes foi escolhido para Lisboa porque Ferreira Leite não tinha alternativa válida para lhe opor.
A actual liderança do PSD prometeu o regresso das elites. Os próprios garantiram que a excelência iria voltar a conduzir o partido – mas, na primeira vez que têm de fazer uma nomeação para uma eleição importante, os ‘excelentes’ são forçados a escolher uma personagem que depreciaram para além do admissível entre colegas de partido, ainda há poucos meses.
Não optaram por Santana Lopes em nome de uma eventual união do PSD. Nem sequer existe uma intenção de congregar.
Decidiram-se por Santana porque os ‘excelentes’ não gostam de ir a votos. Porque quase nenhum pensa no sucesso da sua líder e quase todos planeiam o dia seguinte às Legislativas de 2009.
De volta ao "Corte na aldeia":
Com este anoitecer sombrio
de vento, chuva e frio
acendam a lareira e ouçam
esta velha canção de
Vinicius de Moraes e Tom Jobim
em várias versões e um extra:
o próprio Vinicius a dizer o Soneto da Fidelidade!
Tom Jobim ao piano,
Toquinho na viola,
Miúcha na voz
e Vinicius de Moraes no copo.
Que saudades desta gente!
(Até se desculpa o frio, o vento e a chuva da tarde lá de fora)
A Câmara Municipal.
(o meu sogro, Dr. Joaquim Ribeiro Estevão de Faria,
a ela presidiu durante 12 anos,
até ao seu falecimento prematuro)
No largo da Câmara existe esta bela e tipica casa beirã,
sobre a qual não resisto a contar a seguinte história:
A casa era propriedade de uma sobrinha de Salazar.
Em certa altura o marido da proprietária (parece que militar)
quiz demolir a casa para construir uma nova.
O então Presidente da Câmara, meu sogro, não autorizou.
Algum tempo depois, Salazar,
durante uns dias de férias no Vimeiro,
interpelou o meu sogro sobre o assunto.
Este, respondeu-lhe que permitiria obras de conservação e restauro desde que fosse respeitada a traça e a fachada.
No entanto, Salazar como Primeiro Ministro
que resolvesse o que entendesse,desde que, préviamente,
demitisse o meu sogro de Presidente da Câmara
(nesse tempo não havia eleições autárquicas,
sendo os Presidentes de Câmara nomeados pelo governo
- e esses cargos não eram remunerados!).
Felizmente, Salazar optou por manter o Presidente da Câmara
e, portanto, ainda hoje podemos usufruir
da visão desta bela e harmoniosa casa
tal como ela era,
embora com obras de reconstrução!
Ana Pimentel, uma jovem artista plástica do Porto, presença com alguma assiduidade neste blogue, inaugura no proximo dia 13 (sábado), às 21H30 uma exposição de pintura na Galeria Sete, em Coimbra.
A não perder.
Tenho a mania de coleccionar recortes de jornais e revistas que, por vezes, aproveito para escrever textos, neste blogue ou na imprensa e, no caso das imagens, para pinturas e/ou colagens.
Ontem e hoje estive a arquivar montanhas desses recortes que vinha a acumular desde o verão.
Um deles era do semanário Sol e foi publicado a 13 de Setembro deste ano.
Nele se dava conta que o Presidente da República tinha pressionado o governo no sentido de permitir ao General Ramalho Eanes ter direito a auferir, cumulativamente, como todos os outros ex-Presidentes, a reforma normal, profissional, e a subvenção de 80% da remuneração presidencial.
Esta acumulação é concedida a todos os ex-presidentes excepto ao Gen. Eanes por efeito de uma Lei de 1984 que o governo de Mário Soares criou especialmente para atingir Eanes que, como se sabe, detestava.
Reparada, agora, a injustiça, o Gen. Eanes teria direito a receber 1,3 milhões de € a título de retroactivos.
E não é que o General Eanes recusou?!
E ainda há Homens destes?
As minhas homenagens!!!
Júlio (1902-1983), Cabeça de mulher e lua, 1973
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas).