Em gestão corrente ...como o País...

Outubro 29 2008

     

De volta ao "Corte na aldeia", com todo o gosto e a devida vénia:

         

Era chama de queimar

   

 

 

 

 

Seus olhos – se eu sei pintar
   O que os meus olhos cegou –
   Não tinham luz de brilhar,
   Era chama de queimar;
   E o fogo que a ateou
   Vivaz, eterno, divino,
   Como facho do Destino.
   Divino, eterno! – e suave
   Ao mesmo tempo: mas grave
   E de tão fatal poder,
   Que, um só momento que a vi,
   Queimar toda alma senti...
   Nem ficou mais de meu ser,
   Senão a cinza em que ardi.


Almeida Garrett


pindaro      
# posted by cortenaaldeia @ 10/29/2008 01:29:00 PM 0 comments

   


 


Outubro 29 2008

                       

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Guilherme Parente

10-O livro do deslumbramento, 100x81,2006

www.saomamede.com

 


 

emgestaocorrente às 19:40

Outubro 29 2008

   

Peso de Outono

    

Eu vi o Outono desprender suas folhas,

cair no regaço de mulheres muito loucas.

Cem duzentas pessoas num café cheio de fumo

na cidade de Heidelberg pronta para a neve

saboreavam tepidamente a sua ignorância.

  

Eu vi as amantes ensandecerem

com esse peso de Outono. Perderam as forças

com o Outono masculino e sangrento.

Os gritos a meio da noite

das amantes a meio da loucura voavam

como facas para o meu peito.

 

Alguns poetas li-os melhor no Outono,

certos amores só poderia tê-los,

como tive, nos dias doces da vindima.

   

Fernando Assis Pacheco, in

"A Musa Irregular", Edições Asa, 2º ed., 1996

    


 

emgestaocorrente às 19:07

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