Assustam-se as belas e pobres escravas
Assustam-se as belas e pobres escravas
envoltas no corpo, a natureza lho deu,
ao verem a terrível luz de Ulisses,
náufrago entre náufragos,
a emudecer a sombra que do mar vinha.
Entre tanta mulher de corpo resfriado pela água,
aquecido pelo sol do mediterrâneo,
apenas uma enfrenta o desconhecido
e a sua mão lhe entrega para o levar
à cidade, para que o cuidem e lhe tragam
o conforto que os dias passados roubaram.
Nausícaa, filha real, reconheceu no estrangeiro
não o escravo a que tudo teme,
mas um igual, apenas maltratado pelas águas
e pelo destino adverso que tudo pode.
No segredo do seu coração, já o filho de Ulisses
encontrara o conforto para a sua solidão.