Em gestão corrente ...como o País...

Maio 09 2008

     

   Ontem dormi uma valente sesta até à hora de jantar.

    

      

   A certa altura acordei com muito barulho e vi que a Tita e o Gô estavam a jantar lá em casa.

   Saltei logo para o colo da minha Tita que me levou a um sitio da minha casa onde aparece uma menina igualzinha a mim e com quem gosto muito de brincar; o mais engraçado é que essa menina tem uma avó igualzinha à minha Tita!

       

     

 

   Depois fui brincar para o colo da minha irmã Sofia.

                 

  

         

   Mas de repente deu-me a fome e destei a chorar.

                

     

   O meu pai ainda tentou acalmar-me, mas ele não tinha o que eu queria!

     

      

   Então, a minha mãe pôs-me ao colo e deu-me de mamar.

   Fiquei logo outra!

   Até desatei a rir, embora sempre atenta à Sony do meu Gô (gosto de ficar de frente!).

   

        

     

   Depois votei para o colo da minha irmã.

     

     

   Nessa altura o meu Gô já estava com sono e a dizer que tinha de ir para casa dormir, porque se levanta às 6h30 para ir para o hospital.

   Foi nessa altura que ele e a Tita deram os parabéns aos meus pais e fiquei, então,  a saber que fiz 3 meses de idade.

   Há idades melhores?

   Não sei, mas depois digo-vos.

   Até à próxima crónica!

             


 

 

emgestaocorrente às 23:31

Maio 09 2008

       

   A PJ era uma policia com prestigio e credibilidade, mesmo durante a ditadura salazarista.

   Mantinha-se afastada da "politica", era estável e discreta e, normalmente, resolvia os casos criminais com rapidez.

   Hoje temos uma policia instável, que muda constantemente de direcção (6 Directores em 10 anos - nenhum deles completou o mandato!!!), que ao fim de 1 ano de desaparecimento da pequena Madie não faz a mínima ideia do que lhe aconteceu (a policia espanhola encontrou a pequena Mariluz, no fundo do mar, em pouco mais de 1 mês) e que parece estar completamente politizada e, pior, ao serviço de estratégias partidárias (Casa Pia e não só).

   Por outro lado, a "Justiça", que tem dominado a PJ (os seus dirigentes máximos têm sido magistrados), desde que foi ocupada pelos inúmeros "laborinhos" que por aí pululam, dedica-se preferencialmente a julgar velhinhas acusadas de furtos nos Lidl no valor de 1 ou 2 €, a sistematicamente deixar prescrever as grandes fraudes (Partex, UGT) e a proferir sentenças em que condenam pessoas por se presumir que tenham praticado determinado acto, numa data desconhecida mas que se presume ter ocorrido entre ... e ... (vários anos atirados ao acaso), presumindo-se um valor entre ... e ... (mais números atirados ao acaso!) - juro que já li sentenças assim redigidas e confirmadas pela Relação e pelo Supremo!!! Provas? Para quê? Presume-se e atira-se para a cadeia!!!

   Publicam-se, a seguir e com a devida vénia, 2 post do "Blasfémias" sobre a "Justiça" portuguesa.

       

A propósito do resto do país de que fala o CAA

Publicado por helenafmatos em 8 Maio, 2008

Algo mais poderia ter sido feito a este nível” – lê-se, segundo o “Correio da Manhã”, no acórdão da Relação de Lisboa que anulou a pena de 25 anos de prisão a que fora condenado Franquelim Lobo. O caso deste homem que nos foi apresentado como o maior traficante de droga português é exemplar de como (não) se acusa, (não) se condena e (não) se absolve em Portugal. O primeiro julgamento, aquele em que Franquelim foi condenado a 25 anos de prisão, foi anulado porque a acusação fundamentava-se em escutas que afinal seriam ilegais. Na repetição do julgamento a prova baseou-se no depoimento dum ex-cúmplice que se terá provado ter prestado falsas declarações. A outra prova era um telemóvel que se demonstrou estar desactivado à altura dos factos: “Nem sequer se fez um despiste do contacto telefónico, para saber da utilização do mesmo.” - concluem os juízes da Relação. E os portugueses podem concluir o quê? Que um criminoso pode agradecer a erros vários da acusação o ser ilibado ou que um inocente pode ser acusado de crimes gravíssimos com base em provas como um telemóvel que nem sequer se verificou se estava activado em deteminada data? E no fim, perante tanta inoperância, tudo se resume a um “Algo mais poderia ter sido feito a este nível”? Todos os dias em Portugal se criticam os serviços de saúde e o ensino público. É certo que o primeiro gere mal e o segundo apresenta maus resultados. Mas nada desses erros se assemelham ao falhanço clamoroso que actualmente se regista na investigação criminal e na Justiça. A “este nível” está perigosamente a perder-se a noção da realidade.

*PÚBLICO, 6 de Maio

Publicado em Geral | 36 Comentários »

      

Como o resto do País *

Publicado por CAA em 8 Maio, 2008

Quando fui advogado surpreendi-me com o modo primitivo como se fazia a investigação criminal em Portugal. Garantem-me que agora é muito pior. As condições de trabalho das polícias (todas) estão ao nível da indigência. Mas o pior é a desmotivação de quem está no terreno. Falar com um agente da PJ, hoje em dia, é uma experiência psicológica ainda mais aflitiva do que ouvir as histórias de professores em escolas problemáticas.
Claro que a culpa não é de Alípio Ribeiro. Nem deste ministro. Como sempre, entre nós, ela distribui-se por todos os vivos e os mortos – preferencialmente, estes últimos – sob a égide do princípio geral da irresponsabilidade pública.
Alípio Ribeiro voltou a falar de mais. Foi tão desastrado que ficou claro que a sua intenção era sair. Tal como tantos outros. Fugir dali para fora: esse é o elemento comum entre o topo e a base da PJ.

* Correio da Manhã, 7.V.2008

Publicado em Portugal | 8 Comentários »

                  


 

 


Maio 09 2008

        

   Mais uma excelente crónica de José Ricardo Costa no Jornal Torrejano de ontem.

      

Quando, há tempos, chegou a vez de apresentar Descartes nas minhas aulas de Filosofia, decidi começar por falar de D. Quixote e dos seus famosos moinhos de vento. Eu tinha a noção de o D. Quixote ser aquele livro que, embora quase ninguém tenha lido, toda a gente conhece.

Não foi por acaso que falei nele. Descartes, na brincadeira, claro, parte do princípio de que tudo o que vemos no mundo poderá ser fruto da ilusão, do sonho, da loucura, o que, diga-se de passagem, pode ter vantagens e desvantagens.

Se desanima pensar que a Monica Bellucci pode não passar de um produto da nossa febril imaginação, há também a esperança de o ministro Silva Pereira poder não existir e ser apenas um boneco da Nintendo.

Ora bem, ninguém conhecia o episódio dos moinhos de vento. Fiquei em estado de choque. Ainda tive uma réstea de esperança: Sancho Pança? Sim?...

Não. Sancho Pança era-lhes tão familiar como Witold Lutoslawski e se eu dissesse que os moinhos de vento de La Mancha eram uma versão espanhola da nossa estação do Oriente, projectados por um arquitecto espanhol chamado Santiago Calatrava, ninguém iria reagir.

Há poucos dias, noutra turma, pedi aos alunos que me entregassem uns trabalhos por correio electrónico. Os professores, agora, são obrigados a serem modernos e fica bem no currículo dizer que se usam as novas tecnologias mesmo que os alunos possam não saber ler e escrever.

Na brincadeira, disse que não queria que me enviassem vírus. Um aluno, também na brincadeira, disse que iria mandar um "cavalo de Tróia" (um tipo de vírus). Eu, ainda na brincadeira, disse que não valeria a pena pois não tinha lá em casa nenhuma Helena para resgatar.

A brincadeira acabou ali. O aluno olhou para mim como se estivesse a olhar para um pós-estruturalista e eu, para o salvar, perguntei pela guerra de Tróia. Nicles. Ulisses? Nicles. Aquiles? Nicles. Eu, já desesperado, insisti:

– Mas sabe ao menos que raio de coisa é o cavalo de Tróia?

– Sei.

Animei-me um pouco

– O que é, então? – perguntei.

– Um vírus.

Há quem chame a isto ignorância. A famosa ignorância da juventude actual. Tenho as minhas dúvidas e vou explicar porquê.

Se um português normal não souber o que foi a batalha de Aljubarrota, é ignorante. Todos os portugueses normais estudaram História e, se não sabem isso, não sabem uma coisa que seria suposto saberem. Pronto, é ignorância.

Se um estudante de arquitectura não souber quem é Nadir Afonso, é ignorante. Se um professor de Português, de Filosofia ou de Física não souberem coisas básicas relativas às suas áreas, são ignorantes.

A ignorância mede-se pelo grau de expectativas. Eu não posso considerar ignorante um agricultor que nunca ouviu falar de Descartes. Seria ignorante, sim, se não soubesse qual a melhor altura do ano para semear alfaces. Como seria ignorante um professor de Filosofia que não soubesse falar de Descartes.

O que se passa com os nossos jovens, actualmente, não é um problema de ignorância. É um problema de isolamento. Eles não podem saber aquilo de que nunca ouviram falar. Eles sabem cada vez mais o que nós não sabemos e o que nós sabemos eles sabem cada vez menos.

A culpa não é só deles. É dos pais, porque têm mais que fazer. Mas é também da escola. A escola, por um lado, deixou de valorizar o saber e o conhecimento. É cada vez mais uma escola de Estudo Acompanhado, da Formação Cívica, da Área de Projecto, aberrações pedagógicas que acabam por contaminar as outras disiplinas.

Por outro lado, os professores, numa escola que despreza o saber e o conhecimento, acabam também por desvalorizar o saber e o conhecimento. Eu sou professor de Filosofia e, hoje, não preciso de ler absolutamente nada para o poder ser. Não precisaria de ler mais nada para além da TV Guia, para ser o professor de Filosofia que me pedem para ser.

É assim que as coisas estão e já deu para perceber que é assim que vão continuar a estar. E não é nada fácil lutar contra cavaleiros perigosos que gostam de se disfarçar de românticos moinhos de vento.

josericardoccosta@gmail.com

          

Moinhos de Vento


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