Não gosto de Durão Barroso: tratou da sua vida, borrifou-se no país e no partido e fez o mesmo que o seu antecessor - fugiu do pântano em que o Eng.º Guterres deixou Portugal.
Gosto de Luís Amado: desde jovem que é um indivíduo ponderado, aberto, inteligente e com um "faro" politico invulgar (aliás, na sua terra - Porto de Mós, sempre foi conhecido como o Luís Politico!).
Detesto, sem cordialidade, José Sócrates!
Mas a verdade é que ontem foi um dia histórico para Portugal, com a assinatura do "Tratado de Lisboa".
Tive pena que Francisco Lucas Pires, esse grande português, que, ao morrer precocemente, não chegou à Presidência da República, não estivesse presente.
Ontem, a Intersindical conseguiu mobilizar mais de 200.000 pessoas para se manifestarem contra o governo.
Há mais de 20 anos que não se registava uma manifestação tão grande.
Aconteceu, até, que, ao contrário do que é habitual, Carvalho da Silva estimava o número de manifestantes em 150.000, enquanto a policia declarava que ultrapassavam os 200.000!
Normalmente estamos habituados a que as organizações sindicais declarem 10 mil e que as autoridades policiais estimem em 2 mil.
Este número impressionante de manifestantes, muito raro mesmo em países com o décuplo da nossa população, só pode significar que os portugueses estão fartos deste governo e do "Eng.º" Sócrates.
Com o principal partido da oposição (e único que pode ser alternativa governamental) a mudar de líder, apresentando, finalmente, um rosto credível, a conclusão a tirar é que o ciclo politico está a entrar em curva descendente e que a possibilidade de o PSD ganhar as legislativas em 2009 é, agora, real!
Razão tinha o "animal politico" Mário Soares ao dramatizar a vitória de Luís Filipe Menezes declarando que esta vitoria era uma desgraça para o país (leia-se PS).