Em gestão corrente ...como o País...

Outubro 06 2007

 

 

   

Gato cinza branco, óleo, 2005

  


 

emgestaocorrente às 23:28

Outubro 06 2007

          

deixa o tempo fazer o resto

fechar janelas

aplacar os barcos

recolher os víveres

semear a sorte

acender o fogo

esperar a ceia

  

abre as portas: lê a luz

a sombra, a arte do passarinheiro

   

com três paus

fazes uma canoa

com quatro tens um verso,

deixa o tempo fazer o resto.

  

Ana Paula Inácio,

in "Vago Pressentimento Azul Por Cima, Ilhas, 2000

   

 


 

emgestaocorrente às 23:19

Outubro 06 2007

         

Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos

e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo

doeu-me onde antes os teus dedos foram aves

de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.

  

No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha

camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração

que era o resto da vida - como um peixe respira

na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida

    

foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti

é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara

um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo

um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama

   

e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos;

mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota

as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.

     

Maria do Rosário Pedreira,

in "O Canto do Vento nos Ciprestes", Gótica, 2001

   

 


 


Outubro 06 2007

      

    

Cabo Verde, 1988, acrilico e carvão s/ tela, 140x100

    

 


 

emgestaocorrente às 18:08

Outubro 06 2007
 

   Do blogue Corta-Fitas rapinei, com a devida vénia, este post que parece merecer aquele título.

   Já havia o Homem Regisconta, o Homem Sonae, faltava o Homem Pesca Nova!

   Aí está um com todo o mérito.

 

Isto ainda acaba mal

Quando um primeiro-ministro aparece em directo nas televisões a apresentar um mega-projecto de aquacultura não sei onde que supostamente vai criar 200 empregos isto é o quê? Até me podem dizer que é trabalho, embora eu continue a achar que estes projectos, se são tão bons, não precisam de propaganda. Valem por si. Agora, quando o mesmo primeiro-ministro o faz com vários logotipos enormes da Pescanova como pano de fundo (e um púlpito com a mesma marca), então já não estamos na esfera da propaganda política e governamental. Entramos no fascinante mundo da publicidade comercial. E aí, confesso, o Capitão Iglo, como me diziam há bocado com alguma graça, faz muito melhor figura do que José Sócrates.

 


 


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