Em gestão corrente ...como o País...

Setembro 30 2007

   

   Passados quase 2 dias completos sobre a vitória de Luís Filipe Menezes , o site oficial do PSD ainda ignora, olimpicamente, esse facto na página de entrada!

   Apenas uma janela chama a atenção para os resultados eleitorais; entrando nessa janela, aparece uma outra que dá acesso à acta do Conselho de Jurisdição!

   Mas nunca aparece o nome do vencedor.

   Se isto é o "mendismo", bendito seja  Deus que nos livrou de tal coisa!

 



Setembro 30 2007

   

   O Portugal dos Pequeninos  é um dos blogues por onde passo quase diariamente pois não concordando, na generalidade dos posts, com o seu conteúdo, tiro, frequentemente, ensinamentos da sua leitura.

   O comentário que abaixo se trancreve está bem escrito e tem piada.

MENEZES

 

O dr. Menezes é o novo presidente, eleito pelos militantes, do PSD. Se assim foi, é porque ele os merece e eles merecem-no. Daqui para diante o que interessa é seguir os seus passos contra o Estado totalitário do absolutismo socialista com as habituais cumplicidades da direita oportunista e "interesseira". Marques Mendes sabe, porque anda nisto desde o bibe, que não existe gratidão em política. Será, como sempre foi no passado, exemplar e leal com os novos e precários poderes dentro do partido. As "elites", as eternas "elites" do PSD fariam bem em meditar nesta vitória da "feira do relógio" sobre a "loja das meias". Cavaco Silva, o "noivo" de Sócrates, também. No meio disto tudo (do "tudo doido") pode ser que Santana Lopes aceite ser líder parlamentar como aqui já defendi. Afinal, foram "os seus" que ganharam. Agora não tem desculpa para ficar a ver passar os comboios.

 


Setembro 30 2007
   
   Quase sempre José Pacheco Pereira está em desacordo com tudo e com todos.
   Quase sempre é brilhante nas suas análises e comentários; muitas vezes acrescenta novos pontos de vista e antecipa tendências que andam no ar e que depois se verificam na realidade.
   Mas tem um problema: detesta tudo e todos que não pertençam ao seu pequeno mundo de intelectual, pensador e politico (sim porque ele também é politico e gostaria de influenciar decisivamente a politica do PSD e do país) bacteriologicamente e ideologicamente puro.
   Daí os exageros que faz alarde em mostrar na Quadratura do Círculo (SIO-Noticias, 4.as feiras às 23H00), em relação a certos assuntos (como o desporto, especialmente o futebol), terreno impuro e mais próprio de mortais vulgares que de etéreos pensadores.
   Daí, também, dislates como o que publicou ontem no seu Abrupto e que se reproduz abaixo.
   Será que José Pacheco Pereira ensandeceu de vez?
   Ou os militantes (o povo) só sabe o que quer quando vota de acordo com a vontade de momento de José Pacheco Pereira?
29.9.07
 


(JPP)

ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 4: A ACEDIA



Na lista dos pecados mortais inclui-se a "preguiça" e muita gente pensa que o pecado é mesmo a preguiça. Não é: o pecado mortal é a acedia que é outra coisa bem diferente. Um dos textos mais interessantes da Summa Theologica de Tomás de Aquino é sobre a acedia e por ele se percebe por que razão é um dos pecados "espirituais" mais complexos da lista cristã. A acedia é a indiferença face ao mal, uma "tristeza" face ao bem (Tristitia de bono spirituali) que mata a acção, um torpor perante uma obrigação presumida.

Um dos grandes e eficazes eleitores de Menezes foi a acedia.

Etiquetas: PSD

 


(JPP)

 


 


Setembro 27 2007

O Milagre

Está escrito: «Destruirei a sabedoria dos sábios e reprovarei a prudência dos prudentes». Onde está o sábio? Onde está o erudito? Onde está o investigador deste século? Porventura, Deus não considerou louca a sabedoria deste mundo? 1ª Carta aos Coríntios, 1, 18    

                  

           

Estava eu desesperado, sem assunto para a crónica desta semana, quando sou salvo por esta fotografia que aqui vê, vinda no Público.

Não, não venho aqui explorar a profunda, fervorosa e catolicíssima devoção do engenheiro. A fé é como gostar de telenovelas, comer sardinhas assadas com batatas fritas, ou ser do Sporting: cada um sabe da si.

Também não venho aqui explorar a presença de um padre, no pleno exercício das suas funções, dentro de uma escola pública. É normal. Se bem se lembram, o engenheiro foi um devoto ministro do outro engenheiro que gostava mais da Nossa Senhora dos Aflitos à chuva, numa procissão, do que de Mário Soares coberto de chocolate e chantilly em cima de um pão de ló.

O que esta fotografia tem de impressionante é o facto de coincidir com um momento ímpar da nossa História contemporânea: aquele em que vários ministros, percorrendo Portugal de lés a lés, andaram a distribuir computadores em cerimónias cuja pompa e circunstância parecia a dos Globos de Ouro da SIC, com a pequena diferença de, no lugar de Bárbara Guimarães, termos a engenheira Maria de Lurdes, o engenheiro Vieira da Silva, o engenheiro Alberto Costa ou o engenheiro Rui Pereira.

A primeira coisa que me veio à cabeça foi tratar-se de uma acção de propaganda. O que até não tem nada de mal. Se o major Valentim Loureiro oferece micro-ondas ao povo, parece-me justo o governo não querer ficar atrás.

Mas isto é muito mais do que propaganda ou simples bênção de uma qualquer EB2,3, perdida algures, no Portugal profundo. É o catolicismo tridentino no seu esplendor aplicado à educação.

Como toda a gente sabe, o catolicismo é uma religião muito mais sincrética do que o protestantismo. Alguém imagina uma Cova da Iria nos arredores do Estocolmo? Ou um holandês, rastejando no chão, a agradecer uma promessa à mãe de Jesus? Ou um jogador de futebol dinamarquês a benzer-se quando pisa o relvado?

Uma das marcas principais da fé católica é a crença em milagres. Ora, esse é também um dos aspectos que têm marcado a ideologia dos nossos governantes a respeito da educação.

Quando o engenheiro entra numa escola, com o mesmo ar alucinado que Moisés devia ter quando desceu o Monte Sinai depois de ter estado com Deus, para dar computadores ao rebanho, está a dar um sinal de grande catolicidade.

Aliás, o nosso engenheiro deve achar-se tão próximo de Deus que, fosse ele da Maçonaria, Deus deixaria de ser o Grande Arquitecto para passar a ser o Grande Engenheiro.

Esse sinal é precisamente o contrário do que encontramos na ética protestante. Porquê?

Nos países protestantes, que o nosso ideólogo-engenheiro tanto admira, o sucesso é feito à custa de método, rigor, disciplina e exigência. Em Portugal, pelo contrário, segue-se a tese do milagre. Talvez por ouvirem falar tanto no milagre alemão que fez de um país destruído como a Alemanha, uma potência económica.

Em Portugal, parte-se do princípio de que basta chapar os olhos de uma criança em frente a um ecrã de computador ou colocar na parede da sala de aula um quadro que mexe, para que as nuvens do céu se abram e os raios do desenvolvimento iluminem a pátria.

Claro que é irrelevante chegar ao fim do secundário sem saber ler nem escrever. Ou entrar num curso de engenharia a fazer contas de somar com os dedos. Ou ir para um curso de Direito com o nível cultural de Rui Rio.

Ou seja, em Portugal, é a fé, o crer, que nos salva, e não a filosofia, a matemática, a física ou a história. Como grande católico que é, e tal como S. Paulo, o engenheiro prefere a loucura da cruz à louca e vã sabedoria deste mundo.

Nós olhamos para esta fotografia e percebemos logo em que mãos está a escola portuguesa. Uma das mãos é a dos políticos, que descem dos seus gabinetes até ao país real, cheios de bênçãos burocráticas e muita fé no destino. A outra é a mão de Deus, de cujos misteriosos e insondáveis desígnios ficamos reféns.

Se reparar bem, vemos ainda um jornalista com uma câmara de filmar para que tudo fique registado à hora do telejornal. Se o Vaticano teve o seu Miguel Ângelo ou o seu Rafael para registarem a glória de Deus, este governo tem as câmaras de filmar para incensar a sua infinita Graça.

A nós, professores, que damos aulas e ali não aparecemos, só nos resta pedir a Deus que tenha, mas tenha mesmo, muita piedade de nós.

jr_costa@clix.pt

   

   

   O Jornal Torrejano, semanário de Torres Novas conta com dois excelentes cronistas semanais.

   Um deles, o Prof. José Ricardo Costa, "brinca", semanalmente, com as nossas misérias, miudinhas e lusitanas misérias, de uma maneira que já não se via desde os tempos de Artur Portela Filho no "Jornal Novo", espetando farpas certeiras no no triste quotidiano deste triste país.

   É rara a semana que não me apeteça rapinar a sua crónica para o meu blogue.

   Nunca calhou.

   Mas hoje não resisto a rapinar a publicada na edição do dia 20 do corrente mês.

   Com as devidas vénias ao autor e ao jornal.

   



Setembro 26 2007

 


emgestaocorrente às 21:29

Setembro 25 2007

 

   O PSD  vai eleger na próxima 6ª feira, pela primeira vez, o Presidente do partido em eleições directas e, supunha-se, por voto universal.

   Estas eleições, que ocorrem antes do tempo, foram convocadas por M. Mendes que se demitiu após a histórica e humilhante derrota nas eleições autárquicas de Lisboa, cuja Câmara tinha caído por intervenção directa do próprio M. Mendes.

   M. Mendes, que domina o Conselho Nacional e o Conselho de Jurisdição, impõe, como regra, que só os militantes com as quotas pagas até passado dia 18 poderiam votar.

   À partida seguro da vitória pois contava com o apoio da nobreza e do clero do partido, rapidamente verificou que os resultados não estavam assim tão seguros como imaginava.

   Esqueceu-se que existe uma grande tradição de independência nos militantes anónimos do PSD. Só raramente, e quando não há alternativa, é que os militantes se calam.

   Luís Filipe Menezes corporizou o descontentamento generalizado do povo do partido em relação à actual direcção e a sua campanha, apesar das pressões dos barões e baronetes instalados, engrossou fileiras.

   M. Mendes, a fidalguia e os bispos de poleiro montado em domingueiras e televisivas homilias começaram a ter medo e valeram-se de G. Silva (delegado continental de AJ Jardim) e do seu cargo para inventarem novas regras sancionadas pelo C de Jurisdição a que ele preside.

   Assim inventaram a regra de que os açorianos, coitadinhos, que não tinham tido a oportunidade de pagar as quotas até ao dia 18 (não havia euros nos Açores?) podiam pagar até ao próprio dia das eleições (e quem controla os cadernos eleitorais?) e, portanto votar.

   Deu-se, assim, o milagre da multiplicação dos peixes e os 80 eleitores em condições de votar transformaram-se em mais de 8.000 (!!!), na presunção de que a maioria sejam afectos ao poder instalado!

   Fizeram desaparecer dos cadernos eleitorais um número indeterminado (pode atingir vários milhares) de militantes com as quotas em dia, pensando tratar-se, pelas secções em que estão inscritos, de apoiantes de Luís Filipe Menezes.

   Eliminaram cerca de 1.500 militantes por, supostamente, se tratar de eleitores  que teriam pago as quotas através de apoiantes de Menezes.

   Puseram milhares de vales de correio a circular, pagando as quotas de militantes que pensam que lhes são afectos.

   Não existe Comissão Eleitoral Independente; M. Mendes negou-se a aceitar a designação de Manuela Ferreira Leite para presidir a essa comissão.

   Quem trata de toda a intendência são dois dos seus apoiantes e cujos lugares dele dependem.

   Infelizmente estes factos fazem lembrar (e parecem copiados) do salazarismo; há nitidas semelhanças com as eleições em que o General Humberto Delgado foi roubado pelo Salazar.

   Mas há uma diferença: Salazar assumia, M. Mendes, fazendo juz à sua baixa estatura, faz a guerra, monta os golpes baixos e depois vem para a televisão com ar virginal queixar-se que os seus adversários não falam de outra coisa!

   Mas a verdade é que se à custa destas trafulhices  M. Mendes ganhar, serão os barões e bispos que actualmente dizem apoiá-lo, os primeiros a colocarem-lhe patins quando ^chegar o momento que lhes pareça mais oportuno para os seus interesses.

   Por estas e por outras, se eu ainda estivesse hesitante sobre quem apoiar, tomaria agora a decisão de votar em Luís Filipe Menezes!

   E espero que isso suceda com todos os sociais democratas que trabalham e têm vida profissional e que encarem a politica como uma intervenção civica e não o único ganha-pão.

    



Setembro 25 2007

    

   Gosto disto!

   Para ouvir clique em baixo

  


 

emgestaocorrente às 19:50

Setembro 24 2007

 

    

 


 

 

emgestaocorrente às 20:23

Setembro 23 2007

   

   É sabido que o actual governo tem baixado o deficit (apesar do constante e acentuado aumento das despesas) à custa da maior subida de impostos verificada em toda a união europeia - já publiquei um post , com dados oficiais, sobre esse facto.

   Os contribuintes estão fartos desta situação, até porque, por outro lado vêem os serviços essenciais com pior funcionamento e prestações mais caras.

   Perante esta situação que propõem as foças politicas do "arco governamental"?

   Sócrates e os seus apaniguados declara baixar os impostos logo que possível - leia-se: em 2009, nas vésperas de eleições, para aproveitar o impacto eleitoral dessa medida.

   Marques Mendes, apertado internamente pelo medo do resultado da próxima 6ª feira, contraria a opinião dos seus principais apoiantes na área da economia (Eduardo Catroga e não só) e exige a imediata descida do IVA e do IRC, esquecendo que o deficit volta a disparar, até porque as despesas continuam a crescer.

   Luís Filipe Menezes parece ter a única posição séria,  estruturada e independente dos possíveis impactos eleitorais: baixar os impostos à medida que se diminuir a despesa e tomar medidas para atrair o investimento e estimular a economia (e já agora: é o único que tem demonstrado preocupações com a calamidade nacional que é a desertificação, o retrocesso económico do interior e a brutal intensificação das disparidades regionais).

   Também por isto vou votar Luís Filipe Menezes no próximo dia 28.

    

 

 



Setembro 23 2007
             
   Paulo Mendo foi Secretário de Estado da Saúde em governos dos anos "de brasa" (mas que valiam a pena ser vividos) e Ministro da Saúde quando Cavaco Silva dava sinais de cansaço do governo e de enfado do partido e do seu aparelhismo.
   É, sem dúvida, a personalidade portuguesa que tem a visão mais estruturada e correcta do que deve ser uma politica de saúde, global, para o nosso país.
   Tem uma coluna de crónicas, comentários e análises, sobre temas variados, às quintas-feiras no "O Primeiro de Janeiro".
   Os temas são variados, embora com um enfoque especial na saúde.
   Pode lê-los através da net, clicando no íten "opinião" na coluna esquerda da pagina inicial do referido jornal.
   Na passada 5ª feira publicou esta excelente critica à politica actual da paquidérmica vaidade e falta de bom senso de quem aturamos a governar a saúde do país.
   Não resisto a publicá-la, com a devida vénia e um grande abraço a esta grande personalidade, desde sempre meu mestre em politica de saúde.
Opinião
Assim vai a Saúde Socialista


Paulo Mendo*

   No noticiário televisivo de um canal privado (na RTP nada vi!), em horário nobre, assisti, com vergonha crescente, à chegada de dezenas de portugueses, que chegavam de Cuba onde tinham sido tratados de lesões oculares, (cataratas e não só), porque em Portugal, há anos que esperavam em vão que o Serviço Nacional de Saúde ( SNS) deles se ocupasse!
   E foi a Câmara de Vila Real de Santo António que, revoltada com este abandono, subsidiou e permitiu o seu tratamento em Cuba.
   Exprimia um dos recém-chegados a sua revolta, afirmando que sendo actualmente a extracção de uma catarata um acto quase idêntico à extracção de um dente, nem isso o sistema de saúde de Portugal consegue garantir.
   Uma vergonha, que apenas levanta um pouco o véu que uma inadmissível política de resolução de listas de espera esconde.
   O Ministério da Saúde montou um complexo e com certeza caro sistema de monitorizar as listas de espera da sua rede de serviços nacional e isso permite-lhe saber quantos são os infelizes doentes, quantos entraram, quantos saíram, quais as patologias e qual o seu tempo de espera.
   Fica assim o Ministério a saber tudo, menos a saber resolver o problema.
  Nem, provavelmente, o aparelho criado estará interessado em resolvê-lo, porque isso seria o seu fim; tem que haver, e se possível, aumentar o número de pedidos para que se mantenha justificada e necessária a sua existência!
Não se resolveram as listas de espera , mas criou-se mais um serviço.
   Há doze anos lancei o primeiro programa de resolução de listas de espera para as patologias de massa ( uma lista bem tipificada de patologias), baseando-me naquilo que é a única solução fácil e exequível: o cumprimento de um dos princípios de um qualquer responsável serviço público de saúde: o princípio do “ dinheiro acompanha o doente”.
   Se o SNS não pode atender em tempo útil, paga o tratamento necessário no “mercado” privado existente e autorizado.
   Foi precisamente a lista dos doentes com cataratas que começou a ser assim resolvida em 1995.
   Os Governos seguintes, em bom comportamento socialista, acharam que teriam que ser os próprios hospitais a encontrar solução para este problema e doze anos depois o numero dos que já não esperam, mas desesperam, cresceu desmesuradamente.
   Mas há um serviço a tratar disso!
   E o desespero é tão grande e a certeza de que nada será resolvido pelo SNS é tão grande, que se apela a Cuba, para que um socialismo de miséria ajude um chamado país de capitalismo avançado.
   Onde nós chegamos!
   Desde há anos que impera na saúde a lógica administrativa: contenção de despesas, cumprimento dos orçamentos, prioridade ao gestor, tudo sob a vigilância e a batuta de um centralismo ministerial sem brechas.
   Mas esta cegueira administrativa atingiu o impensável: o Ministério até se ufana de que haja vários grandes hospitais que …deram lucro!
   Aquilo que seria uma vergonha a investigar com urgência porque significa que muita coisa necessária ficou por fazer ( e são doentes as vitimas), para que tal sucedesse, passou a subir ao podium do sucesso.
   Com um controlo centralizado como nunca houve, surdo, distante e poderoso, os serviços de saúde são informados, regulamentados, obrigados às medidas de funcionamento que de cima se determinam, os novos medicamentos são racionados , limites e fronteiras de gastos são impostos, as carreiras e as admissões geridas financeiramente.
   Podia, ao menos este Governo dizer que estas são necessidades temporárias, impostas pela nossa situação financeira, pedindo desculpa desta política redutora e prejudicial, esclarecendo que não pode fazer outra coisa e anunciando tempos melhores, mal o sol volte a aparecer.
   Mas não, esta política é anunciada como se estivessem a fazer a política de desenvolvimento necessária e com melhorias evidentes nunca vistas.
   E se não estamos melhor é porque ainda há muitos funcionários locais e institucionais incompetentes, muitos profissionais que não trabalham e muitos doentes que pedem o impossível.
   E por isso vem por aí o controlo biométrico das presenças dos funcionários, o ministério vai proceder, parece que a partir do próximo ano, à classificação dos Hospitais da mesma forma que se faz com os Hotéis, por estrelas, para poder colocar no pelourinho público os incompetentes e, porque não, os sabotadores!
   Sem corarem de vergonha, afirmam que isso é sinal de concorrência e estimulará as instituições a melhorarem o seu desempenho sob pena de verem o seu hospital classificado com uma mísera estrelinha.
   Aquilo que , como é evidente para quem quer ver, implica um universo concorrencial em ambiente de mercado e de liberdade de escolha, vão estes governantes que temos, brincar às estrelinhas como se o que cada hospital é, não seja fundamentalmente aquilo que o poder central quer e permite!
   E mais ainda.
   Que querem dizer as estrelas num hospital?
   Que um com cinco estrelas trata melhor o doente que um de duas?
   Não posso acreditar, porque, como é óbvio, um hospital menos desenvolvido e especializado, não faz os tratamentos complicados e raros que um grande hospital pode fazer, mas aquilo que faz tem que ter a mesma qualidade técnica e a mesma segurança que no melhor hospital do país.
   O que cada hospital faz do ponto de vista técnico e humano no tratamento dos seus doentes tem que ser sempre de cinco estrelas e é essa garantia que o Ministério tem que assegurar.
   Será que as estrelinhas vão então classificar apenas a qualidade hoteleira?
   Ou, como julgo, este programa anunciado nada mais é que um dos muitos que servem apenas para encher o olho e o ouvido do cidadão, de areia e “sound bits”, actividade em que este governo é perito, embora o cidadão comece a estar farto!
   E entretanto, quando é que o Governo, a Assembleia da República e o País pensam a sério no financiamento sustentável da saúde, cada vez mais complexa e mais cara, que nenhum governo democrático e europeu pode contrariar e que tem que ser resolvido com a responsabilidade e participação de todos, sabendo nós, infelizmente que os lucros(!)e a contenção orçamental que o nosso Ministro apregoa como vitória política é um embuste perigoso que despreza o nosso futuro
   Como vamos viver já no próximo ano, em que, pelo que se ouve e lê na imprensa económica, o Orçamento de Estado vai usar as áreas da Saúde e da Educação como campos de poupança obrigatória?
   Com menores orçamentos e mais hospitais a darem lucros!?
   Estaremos loucos?
        

Setembro 22 2007

     

   "Avançando os círculos uninominais, esses pseudo-notáveis que, atentos, venerandos e obrigados, correm pressurosamente atrás do líder, vão correr atrás de vinte líderes, daqueles que, a nível local, escolhem os deputados.

   E mais: depois vão passar a correr atrás dos eleitores, porque são esses que vão decidir quem é que vai ser o deputado na próxima vez."

      

   Luís Filipe Menezes,

   no livro "Coragem de Mudar"

   Diário de Noticias, 21/9/2007

   

   E, acrescento eu, acabavam os "pára-quedistas" que o "chefe" coloca nos primeiros lugares em cada distrito, barrando a entrada de representantes dessas populações e que só aparecem nas campanhas eleitorais.

   A memória não é curta e lembremo-nos do caso paradigmático daquela inefável "fibromiálgica" da Maria Elisa que o iluminado Durão colocou em 1º lugar no distrito de Castelo Branco e que, felizmente, desapareceu sem deixar rasto!

   

 

 



Setembro 19 2007

   Ainda a propósito do novo Código de Processo Penal , acabei de ler no Blasfémias o post que passo a transcrever e que merece toda a minha concordância.

   

 

Se o Dr. Cluny está contra... *
       
O pecado da reforma do Processo Penal está logo na ‘Nota’ sobre a sua necessidade: aí, diz-se que o Código em vigor “é uma boa lei”. Nunca o foi. Há muito que devíamos ter mudado de paradigma.
Mas a tradição, em Portugal, tem muita força porque aquilo que é mau para quase todos, aproveita sempre a alguém – geralmente às corporações. Assim, as críticas ferozes que a maioria destas tem lançado à actual reforma são a sua maior esperança.
A Dra. Morgado, que diz que está tudo mal, garante, agora, que tudo ficará mal. O sindicato encimado pelo inefável Dr. Cluny está contra. O dos juízes também. Os funcionários judiciais ainda mais. Os polícias sindicalizados juram que o fim do mundo está próximo. Ou seja, a maioria da corporações que fizeram da nossa Justiça uma vergonha entre o mundo civilizado são desfavoráveis a esta mudança – se calhar, é um bom sinal.

*
Publicado no Correio da Manhã em 18. IX. 2007


Setembro 19 2007

       

   Ao "passar", como diariamente faço, pelo  A Origem das Espécies , encontrei este post de Francisco José Viegas que transcrevo com a devida vénia:

 

17 Setembro, 2007

||| Código penal.
No meio da gripe, mesmo assim, parece-me o seguinte: está toda a gente muito aflita com a saída de criminosos, arguidos, suspeitos, todos em prisão preventiva. Simplesmente, atribui-se o despautério à lei que agora entra em vigor mas não ao facto de haver gente detida durante meses e meses sem acusação formada.

Ler «Contra o Histerismo Corporativamente Provocado», de Carlos A. Amorim, onde se anotam, já com bastante minúcia, vantagens no novo código de processo penal;
«Jus», de
Gabriel Silva, sobre o que é evidente; o Patologia Social, do José António Barreiros, estuda o código.

[FJV]

     

   Na verdade, parece-me que o que devia escandalizar a opinião pública (tão condicionada pelos media) é o facto de, no novo Código de Processo Penal, se admitir como prazo de prisão preventiva à disposição discricionária da vontade de um juíz os dezoito meses!

   É verdade que constitui um grande progresso em relação aos 4 anos (!!!) anteriores, mas, mesmo assim, parece pouco condizente com o direito que todos temos a uma justiça rápida e justa (passe o pleonasmo).

   Recorde-se, antes que alguém venha com a desculpa falaciosa de falta de juízes, delegados e outros meios que Portugal apresenta, entre os países europeus, um dos mais favoráveis ratios operadores judiciários/população.

   A questão, naturalmente, não se põe, portanto, em termos de falta de recursos humanos, mas sim noutras ordens de razões que não será dificil descortinar.

   

 




Setembro 17 2007

  

   

   

   No próximo dia 28 vou votar em Luís Filipe Menezes para Presidente do PSD e, em 2009, para Primeiro Ministro de Portugal.

   Há muitas razões par a minha decisão, mas quero, de momento, destacar duas.

   A primeira deve-se ao facto de Luís Filipe Menezes ser uma pessoa "normal", da vida real.

   Tem uma profissão, exerceu-a durante vários anos, especializou-se num dos hospitais de referência em França, deu aulas na Faculdade de Medicina do Porto.

   A qualquer momento, pode regressar à sua profissão, tem essa retaguarda assegurada; onde, aliás, pode auferir proventos bem maiores que na politica.

   Luís Marques Mendes também tem um curso universitário, mas, práticamente nunca o exerceu senão por momentos breves e de uma maneira marginal.

   Não tem um percurso profissional que lhe sirva de rectaguarda.

   É um politico profissional desde que começou a aparar o buço.

   E embora a essência da democracia seja a existência de partidos politicos e estes , hoje em dia, só possam existir se dispuserem de um corpo de profissionais que garantam a sua continuidade administrativa e organizativa para além das crises ciclicas que naturalmente os afectam, não concordo que esses profissionais, sem vida real própria atinjam os lugares de liderança máxima.

  Um bom técnico pode, e deve, ocupar um lugar de Director Geral, uma assessoria ministerial, mas só por ser um bom técnico não deve exercer as funções de ministro.

   Luís Marques Mendes pode ser um Secretário Geral, não tem condições para ser o Presidente do PSD (como, aliás, o tem demonstrado nos últimos dois anos).

   A segunda razão para o meu voto liga-se à coragem individual de cada um dos candidatos.

   Luís Marques Mendes fez cair a principal Câmara do país ( e não é agora o momento indicado para ajuizar da bondade dessa decisão).

   Estaria, decerto, convencido da facilidade em arranjar um candidato de "peso" que mantivesse a Câmara de Lisboa no PSD.

   A verdade é que todos os seus generais se recusaram à prova eleitoral e, súbitamente ficou sem candidato.

   Em condições semelhantes, Jorge Sampaio, assumiu essa luta politica, arriscou o seu lugar e o seu futuro, e venceu!

   Luís Marques Mendes tremeu, deitou mão ao primeiro acompanhante que não teve coragem para se negar (e a honorabilidade e a competência técnica, profissional, de Negrão não estão em causa) e escondeu-se atrás desse candidato, averbando a maior, a mais pesada e a mais humilhante derrota eleitoral de que há memória na democracia portuguesa.

   Maior ainda (e mais humilhante) que a de Mário Soares nas últimas presidenciais.

   Quer, agora, levar o PSD à mesma humilhação, em 2009 (como, aliás, a totalidade das sondagens indiciam):

   Luís Filipe Menezes, em circunstâncias dificeis, demonstrou coragem pessoal e politica ao concorrer (e ganhar!) à terceira maior Câmara do país, até então do PS.

   Aliás, como Presidente da Distrital do Porto, obteve um resultado histórico, colocando o PSD como a principal força politica do distrito em termos autárquicos e conquistando a presidência da Área Metropolitana do Porto.

   São duas posturas diametralmente diferentes!

   Estas duas razões, só por si, são mais que suficientes para que o meu voto, em liberdade e em consciência, vá, sem hesitação, para o companheiro Luís Filipe Menezes.

   Para bem do PSD, para bem de Portugal.

   


   

  


Setembro 13 2007

    

Da série "Os Jardins dos Pássaros"

Acrilico s/ tela, 70x50, 2001

   

 


 

emgestaocorrente às 17:53

Setembro 13 2007

   

Da série "Os Jardins dos Pássaros"

Acrilico s/ tela, 70x50 cm, 2001

     

 


 

emgestaocorrente às 17:36

Setembro 05 2007

 

   O Diário da República da passada 6ª feira publicou este autêntico mimo:        

   ...

   "Designo o enfermeiro Sérgio David Lourenço Gomes para chief

   nursing officer.."

   ...

   (Despacho nº 19816/2007 de 13 de Agosto, do Ministro da Saúde)

        

   Ficámos assim a saber que o nosso amado líder da Saúde, capaz de milagres só comparáveis aos grandes feitos norte-coreanos, por entre os ciclópicos trabalhos de substituir toda a gente por boys com qualquer pretexto ou sem pretexto nenhum), martelar os números de modo a que os resultados dos seus hospitais EPEs não pareçam tão maus como efectivamente são, de por artes mágicas ter diminuído as despesas e ter aumentado a produção e de ter feito sessões públicas de chantagem sobre os autarcas para assinarem (a troco de coisa nenhuma), acordos em que perdem uma boa parte do que têm, conseguiu um tempito para aulas de inglês e praticar esta língua no Diário da República Portuguesa

   Parabéns Portugal, com este ministro já tem um chief (!) nursing (!) officer (!)...

   Ora toma, embrulha e não digas que vais daqui!

   E ainda há quem chame bimbo e piroso ao não sei quantos Castelo-Branco!

   


 

  


Setembro 05 2007

        

No ventre de sua mãe...

    

No ventre de sua mãe

(ai corpo da bem-amada)

o meu filho está crescendo;

lá pra dezembro que vem

outrossim estou dizendo:

ei-lo que nasce, o meu filho

ei-lo que nasce, nascendo

do ventre de sua mãe

como nasce o girassol

que no vento vai gerando

as sementinhas que tem

   

Ai corpo da bem-amada,

ai corpo que me quer bem.

   

Luis Pignatelli,

in "Obra Poética", 1999

 


emgestaocorrente às 19:50

Setembro 04 2007

 

    

Espelho e reflexo, 2003

acrilico e colagem sobre tela, 70x90 cm

   

 


 

emgestaocorrente às 21:59

Setembro 03 2007

     

   Pedro Barroso, o maior (e último?) trovador português, actuou ontem nas festas do Crato.

   Estive presente (sou vizinho, de coração) e o encantamento foi o mesmo de sempre.

   Pedro Barroso é um vinho do Porto vintage!

   Como recordação aqui se publica o poema e se dá a ouvir uma das canções do alinhamento do espectáculo: Bonita (clique para ouvir).

   Até sempre Pedro! (Tenho 1 CD com as suas músicas que nunca sai do carro).

   Obrigado Câmara Municipal do Crato, por manter, numa pequena e quase ignota vila do norte alentejano, umas festas com tal nível.

 

 

Bonita

Primeiro foram as mãos que me disseram
que ali havia gente de verdade
depois fugi-te pelo corpo acima
medi-te na boca a intensidade
senti que ali dentro havia um tigre
naquele repouso havia movimento
olhei-te e no sol havia pedras
parámos ambos como se parasse o tempo
parámos ambos como se parasse o tempo

é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas

atrevi-me a mergulhar nos teus cabelos
respirando o espanto que me deras
ali havia força havia fogo
havia a memória que aprenderas
senti no corpo todo um arrepio
senti nas veias um fogo esquecido
percebemos num minuto a vida toda
sem nada te dizer ficaste ali comigo
sem nada te dizer ficaste ali comigo

é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas

falavas de projectos e futuro
de coisas banais frivolidades
mas quando me sorriste parou tudo
problemas do mundo enormidades
senti que um rio parava e o nevoeiro
vestia nos teus dedos capa e espada
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse no fundo preciso
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse preciso dizer nada

é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim pessoas

(música e letra de Pedro Barroso
in álbum "Roupas de Pátria, Roupas de Mulher ",1987)


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