Em gestão corrente ...como o País...

Março 03 2008

   

   Do blogue A ver o mundo, rapinei este post que mostra como há gente para tudo e disposta a ser " a voz do dono". Exemplar! Tais pais, tais filhos!

   E já agora: lembram-se da guerra dos "ecologistas" aos eucaliptos? E já pensaram porque é que havendo cada vez mais eucaliptos em Portugal as Quercus todas que para aí andam se calaram e, de um momento para o outro, o problema deixou de existir?

   E lembram-se do tempo em que, meses a fio, os telejornais abriam com as imagens dos novos "mártires" da ecologia a amarrarem-se às máquinas de plantação dos eucaliptos, um pouco por todas as serras do país?

   Pois dêem-se ao trabalho de ver que tachos é que esses meninos hoje ocupam, que assessorias e sinecuras lhes pagam, a peso de ouro, os seus doutos estudos e conselhos e tentem descobrir que subsídios (e atribuídos por quem) recebem essas organizações "ecologistas".

   Dou-vos uma pista: comecem a vossa investigação pelas contas das fábricas de celulose...  

Segunda-feira, 3 de Março de 2008

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post -title>CONFAP e a sociedade civil

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Para que serve a sociedade civil em Portugal? A resposta será sempre embaraçosa. Tomemos o exemplo da CONFAP (confederação de associação de pais) dirigida pelo sr . Albino Almeida. À partida dir-se-ia um bom exemplo de iniciativa da sociedade civil. Mas se olharmos para o seu orçamento descobrimos como tudo está inquinado. No ano de 2006, recebeu do Ministério da Educação mais de 150 mil euros e das quotizações dos seus associados, pasme-se, 1302 euros (cf. aqui). Não admira que apareça ao lado da ministra no conflito que opõe governo/professores. A CONFAP é apenas mais um exemplo, ainda por cima lamentável, da fragilidade e da artificialidade da “sociedade civil” portuguesa.

 

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post -footer-line post -footer-line-1">post -author>Postado por JCM post -timestamp>em 17:39

   


emgestaocorrente às 21:42

Veja-se como, após quase 200 anos, tudo está tão na mesma que mete dó!

As Farpas de Eça de Queirós (1871)

Aproxima-te um pouco de nós, e vê. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. A agiotagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população dos campos, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva unicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática. No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padres-nossos maquinais. Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado

- e pede-se conhaque! Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão!



Ariana Moleiro a 12 de Março de 2008 às 00:27

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