Está-se mesmo a ver que os betinhos bloquistas da manifestação são sócios do Grémio Lisbonense, não está?
Um post rapinado ao Blasfémias e a Helena Matos.
Publicado por helenafmatos em 9 Fevereiro, 2008
Os senhores da foto (semanário SOL) insurgem-se contra a ordem de despejo determinada contra o Grémio Lisbonense. Para quem não saiba o Grémio Lisbonense ocupa dois andares no centro de Lisboa. Por esse espaço paga 333 euros de renda.Presumo que os senhores da foto estarão dispostos a adquirir as ditas instalações e a deixar manter-se lá pela mesma renda o dito Grémio Lisboense. A Câmara Municipal de Lisboa que declarou a utilidade pública do dito Grémio certamente que também pode contribuir. Ou até comprar o edifício e fazer um novo contrato com o Grémio pelos mesmos 333 euros. Ou será que se considera que o senhorio do Grémio tem de arcar com os custos da “utilidade pública” mais a paixão que a associação suscita nestes manifestantes?
Neste caso encontram-se reunidos quase todos os ingredientes que levam à degradação dos edifícios do centro de Lisboa: rendas baixíssimas; uma década em tribunal com recursos para o Constitucional e para o Supremo para se tentar efectuar um despejo ou fazer um novo contrato. Para efectuar o despejo o senhorio não deve alegar que a renda não chega sequer para pagar um seguro do edifício mas tem sim de ter meios económicos para se preparar para uma longa demanda nos tribunais onde terá de provar que o inquilino vandalizou o edifício. No caso a acusação prende-se com o desaparecimento duns azulejos e a destruição do soalho mas mesmo que o inquilino não tivesse estragado nada com 333 euros de renda o senhorio conseguiria manter o soalho em condições? E restaurar os azulejos? Claro que não. Quem vandalizou o edifício é esta fantástica Lei das Rendas que no caso da Baixa de Lisboa condena à ruína os senhorios, os edifícios e também os inquilinos. Porque aquelas rendas de miséria que pagam levam a que vejam na mediocridade o seguro da sua sobrevivência.