Corriam os anos 60, iniciava-se a década de 70
e os estudantes, por todo o mundo, lutavam por uma nova ordem
de paz, amor ("make love not war" ), democracia, igualdade, fraternidade.
Nos USA, contra a guerra no Vietnam e contra a discriminação racial;
em Potugal contra o fascismo, a Pide, a ditadura, a guerra colonial, o clima opressivo
que envenenava toda a vida social e nos mantinha como país sub-desenvolvido,
exportando, anualmente, dezenas de milhares de emigrantes
analfabetos, andrajosos e esfomeados
à procura de outra vida, em França,
como clandestinos,
nos bidonvilles, nas obras, nos trabalhos que os franceses rejeitavam.
Para que a memória não esqueça o que foi uma geração de estudantes
que não se limitava a ir a discotecas e a embriagar-se a propósito e a despropósito de festas académicas idiotas e, frequentemente, violentas.