Desde sempre se falava, em surdina, que o BPN era um caso estranho no panorama bancário português.
Falava-se em tráfico de influências, em lavagem de dinheiro, em plataforma para para paraísos fiscais.
Já perto do fim do socratismo o escândalo rebentou.
As fraudes e vigarices despontavam perante a opinião pública e pareciam o ribombar de uma trovoada assustadora.
José Sócrates, causando espanto geral e invocando uma treta pífia de risco sistémico, apressou-se a nacionalizar o banco falido e a assumir todo o seu lixo tóxico, deixando nas mãos dos vigaristas as partes lucrativas.
Desde logo José Sócrates assumiu que nós, contribuintes, pagaríamos muitas centenas de milhões de € para evitar a falência do banco, ao arrepio do que aconteceu com outros bancos, noutros países.
Afinal, as centenas de milhões de € previstos transformaram-se numa verba astronómica de muitos milhares de milhões (7 a 8) e a trovoada transformou-se num inimaginável tsunami que já nos custou o corte dos subsídios de Natal e de férias e um aumento brutal de impostos.
Se isto já era um escândalo, este aumentou com a "privatização" angolana do banco, já no governo de PPCoelho, por uma verba irrisória e assumindo o Estado os prejuízos de todo o lixo tóxico.
Entretanto, o inefável Vitor Constâncio, governador do Banco de Portugal, entidade reguladora e fiscalizadora do sistema bancário, dormia o sono dos justos, simulando que não sabia de nada, mesmo após a comunicação social ter publicado abundante documentação sobre a maior vigarice ocorrida na história do nosso país. Repousa, agora, com ordenado milionário, na Vice-Presidência do Banco Europeu.
Os maiores e mais directos vigaristas ou estão em casa em "prisão domiciliária" ou passam férias em hotéis de luxo no Brasil na companhia do "Dr." Relvas e outros figurões deste governo.
Entre os vigaristas menores há um que declarou na Comissão Parlamentar de Inquérito que sabia das vigarices mas não as denunciou para não ter chatices. Repousa, agora, numa obscura Secretaria de Estado, daquelas com nomes que não lembram ao diabo, e que pertence ao super-Ministério do "Álvaro" dos pasteis de nata.
Será que o meu coração aguenta ainda mais?
-Ai aguenta, aguenta, como diz o outro.
Até porque o "Dr." Relvas não se demite (isso é que era bom!), o Prof. Cavaco reformou-se e foi para a Coelha dormir e, se houvesse eleições quem as ganhava era o inefável Tozé mais o seu cabelo à Rui Santos, o que não augurava coisa melhor
Valha-nos Deus!