Em gestão corrente ...como o País...

Julho 25 2010

Cortina

 

 

   Peço-te que feches

   a cortina

   e à sua sombra já estremeço nua

 

   Vens-ne cobrir o frio

   com o teu calor

   e à nossa roda já tudo flutua

 

 

 

Maria Teresa Horta, in

"Só de amor", Quetzal Ed., Lisboa, 1999


emgestaocorrente às 17:45

Março 03 2010


Que surpresa
a dos dedos
quando percorrem o corpo

ou espalham os cabelos
pelas costas
despidas

Em breve será o ventre
e em seguida

as pernas lentas
mansamente erguidas


In "Maria Teresa Horta - Poesia Reunida", Dom Quixote, Lisboa, 2009

 


 

emgestaocorrente às 22:43

Março 03 2010
 
Desordenada comigo
oponho o corpo ao destino
como quem veste o vestido
e o despe em desatino

Desavinda com o sossego
ponho a nudez onde acendo
o grito do meu prazer
que ora prendo ora desvendo


In "Poesia Reunida", Dom Qixote, Lisboa, 2009
 

 

emgestaocorrente às 22:26

Janeiro 27 2009

    

Joelho

  

 

   Ponho um beijo

   demorado

   no topo do teu joelho

  

   Desço-te a perna

   arrastando

   a saliva pelo meio

   

   Onde a língua

   segue o trilho

   até onde vai o beijo

     

   Não há nada

   que disfarce

   de ti aquilo que vejo

  

   Em torno um mar

   tão revoto

   no cume o cimo do tempo

  

   E os lençóis desalinhados

   como se fosse

   de vento

   

   Volto então ao teu

   joelho

   entreabrindo as pernas

 

   Deixando a boca

   faminta

   seguir o desejo nelas

  

  

Maria Teresa Horta, in

"Só de amor"

  


 

emgestaocorrente às 21:06

Novembro 17 2008

   

O teu corpo

   

     

Um corpo secreto

e espesso

por onde deslize o silêncio

A saliva da tarde

   

que vire o desejo

do avesso

   

  

Mara Teresa Horta, in

"Só de amor"

    


 

emgestaocorrente às 21:05

Novembro 02 2008

     

(Para um fim de tarde de outono)

 

O desejo aceso

   

O desejo aceso

na lareira do corpo

  

Com a sua chama

sem rumo

em forma de asa

  

Maria Teresa Horta, in

"Só de amor"

    


  


Outubro 28 2008

  

Incêndio

   

Tu acendes a chama

do meu corpo

pões a lenha ao fundo

em sítio seco

    

Procuras no desejo

o ponto certo

e convocas aí

o lume certo

  

Se a madeira demora

a ganhar fogo

tomas-me as pernas

e deitas lento o vinho

  

Riscas os fósforos todos

e depois

é mais um incêndio

que adivinho

  

Maria Teresa Horta, in

"Só de amor"

  


 

emgestaocorrente às 21:41

Maio 24 2007

             

Sinopse do livro "Inquietude" de Maria Tersa Horta, Edições Quasi

                  

        

DESATO Às vezes invento outras vezes desgraço Desbravo os sentidos

castigo ou desato Deponho o que sei acrescento o que faço Às vezes

construo outras vezes desfaço


Fevereiro 03 2007

        

Tacteio à minha

volta

e é só fulgor

      

Tento deslumbrar

o sol que cega

      

Demoro-me demasiado

no calor

        

Para a minha sede

nenhuma água chega

       

Maria Teresa Horta,

in "Só de amor"

 


 

emgestaocorrente às 19:59

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