Terapias
Um cronópio forma-se em medicina e abre um consultório na rua Santiago del Estero. Aparece um doente a contar suas maleitas e que de noite não dorme e que de dia não come.
- Compre um grande ramo de rosas - diz o cronópio.
O doente vai-se embora muito admirado, mas compra o ramo e fica logo curado. Vai à do cronópio para lhe agradecer encarecidamente e além de pagar oferece, formosa lembrança, um ramo de rosas. Vai-se embora e o cronópio fica dente, tem dores por todos os lados, de noite não dorme e de dia não come.
Julio Cortázar, in "Histórias de Cronópios e de Famas", tradução de Alfacinha da Silva, Ed. Estampa, 1973