Em gestão corrente ...como o País...

Julho 28 2009

   

   Guitolão foi um instrumento inventado pelo mestre Carlos Paredes, a partir da guitarra portuguesa, e que nunca tocou em público por, entretanto, ter adoecido.
   A sua viúva, a violista Luísa Amaro, ofereceu-a ao meu amigo António Eustáquio que a tem tocado em público.
   Este é um momento de excepional beleza.
   Ouçam vezes sem conta! Não se arrependerão!


Julho 27 2009
 
 
 

in "Cadernos de poesia 4, O poeta apresenta o poeta"
Publicações D. Quixote, Lisboa, 1969
 

 

emgestaocorrente às 10:07

Julho 23 2009

Do blogue
www.euelaeaescrita.blogspo
t.com
da minha amiga Graça Martins,retirei este poema de Isabel de Sá, que retrata muito da minha geraçao dos anos 60!





SERÁ NO PRÓXIMO SÉCULO?

O nosso amor arrasou cidades. Éramos
muito jovens e pensávamos assim.
O mundo pertencia-nos. Ninguém
percebia mas nós vivíamos contra
tudo - era um acto político.

Assim alguns seres no mundo
construíram vidas, amaram
e sofreram isolados, por vezes
espoliados, queimados na fogueira.

Mas o nosso amor resistirá
às fronteiras, aos muros de fogo
e à injustiça. Gostaríamos de viver
o tempo da verdadeira transformação,
da felicidade universal. 
   


 

emgestaocorrente às 19:28

Julho 23 2009

   

Matilde, nome de planta ou pedra ou vinho,
de tudo o que nasce da terra e dura,
palavra em cujo crescimento amanhece,
em cujo estio estala a luz dos limões.

Nesse nome correm navios de madeira
rodeados por enxames de fogo azul-marinho,
e essas letras são a água de um rio
que desagua no meu coração calcinado.

Ó nome descoberto sob uma trepadeira
como a porta dum túnel desconhecido
que comunica com a fragrância do mundo!

Oh, invade-me com a tua boca abrasadora,
pesquisa-me, se quiseres, com os teus olhos nocturnos,
mas no teu nome deixa que eu navegue e durma.

 


 

emgestaocorrente às 18:54

Julho 23 2009

                 

se não me queres no vento agreste
paro de te soprar no coração. pousa
o pássaro, pousa a tinta, posam as
folhas a tua mão.

vê-me no campo, entre os seres criados
para comer os raios do sol.



Valter Hugo Mãe, in
"Anos 90 e agora", selecção e organização de Jorge Reis-Sá,
Ed. Quasi, Vila Nova de Famalicão, 2001

 

 


 

emgestaocorrente às 18:44

Julho 14 2009

Ivone Costa, no blogue

www.ponteirosparados.blogspot.com

publicou esta história que, sendo tão fabulosa e tão bem escrita, não quero deixar de partilhar com os meus leitores.

 

MARIA INÁCIA

 
Eu não sei ao certo em que dia este post devia ter sido escrito. Na família sabe-se que a minha bisavó Maria Inácia fazia anos por meados de Julho. Sabemos que ela casou em 1892 com o meu bisavô Miguel Rodrigues, vinte e poucos anos mais velho do que ela.

 
De todas as netas, apenas a minha mãe se parecia com ela. Era bonitinha, muito pequenina e frágil. Esta fotografia é da minha mãe, aos 24 anos. A minha avó dizia que, aqui, eram rigorosamente iguais.


Todas as minhas outras tias se pareciam com a minha avó: eram mulheres lindíssimas, altas, de pele clara e olhos verdes. Para os leitores, a quem estes pormenores possam interessar, eu saio ao meu pai: somos baixotes, morenos e feios. Os deuses deram-nos, em compensação, uma muito boa memória que bem útil nos tem sido ao longo da vida.

Mas vamos ao que interessa. Era o meu bisavô Miguel Rodrigues rapaz de 20 e poucos anos, quando foi visitar um amigo a quem, ao fim de alguns anos de porfia, nascera finalmente um rebento. Uma rapariga. O meu bisavô, dando-lhe o abraço da praxe disse: "Essa, guardem-na para mim. Quando chegar a altura, caso com ela." E assim fez: tinha Maria Inácia 18 anos quando, menina e moça, a levaram de casa de pai para casa do marido.

No Vale do Bispo, a herdade do meu bisavô, esperava-a a minha trisavó Rosalina, uma sogra dura de roer. Enquanto foi viva, ordenou que ela e o filho comiam em casa e que a nora comia nas mesa dos criados. Convém explicar aos leitores menos habituados a estas conversas que, quando se fala em criados numa herdade do Baixo-Alentejo, não nos referimos a pessoal empertigado de libré, mas sim a criados de lavoura, lavadeiras e ganhões ocasionais.

Nunca se percebeu bem esta atitude da minha trisavó. Nem a aceitação passiva do meu bisavô, homem afável, estimado, sério. Meandros desta história que se perderam nas voltas dos tempos.

Penso que ela terá morrido uns 5 anos depois do casamento do filho. A minha avó ainda não era nascida, mas Maria Inácia já tinha tido um filho que havia de morrer moço, com 18 anos.

Eu penso muitas vezes naqueles 5 anos na mesa dos criados. Que relação seria aquela? Como olhariam eles para a rapariga a quem a patroa sentava à mesa deles mas que, mais ano, menos ano, seria ela a patroa? Que pensariam eles da atitude do marido? Será que pensavam ou apenas esperavam a passagem do tempo? E ela? O que sentiria? Que coisas lhe terão ensinado, que segredos lhe terão contado ou escondido? Essa época permanecerá sempre um mistério e um fascínio para mim.

Pois a minha trisavó Rosalina morreu, a minha bisavó Maria Inácia tomou o seu lugar na mesa de dentro. Já a minha a avó tinha 10 anos quando o pai morreu. Eu ouvi-a tantas vezes contar esta história que quase consigo ver os detalhes.

Logo no dia a seguir ao do enterro, apareceu lá em casa o irmão do meu bisavô. Devia ser Setembro, porque a conversa teve lugar cá fora, no alpendre sobre o qual havia videiras cujos cachos, dizia a minha avó, começavam a amadurar.

Vinha o cunhado dizer-lhe que, visto que não havia "papéis", no que respeitava ao que ela tinha herdado por morte do pai, havia de se ver, mas aquilo que ela pensava ter acabado de herdar do marido, que tirasse daí a ideia. Era tudo dele.

Maria Inácia respondeu: "Fiquei ciente, meu cunhado. Vossemecê é servido de alguma coisa?". Como ele não era servido de nada, ela entrou em casa. Pouco depois, mandou que lhe preparassem umas mudas de roupa e que lhe aparelhassem a égua para bem cedo. Ia, de madrugada, para Odemira.

Odemira fica a uns 50km do vale do Bispo. Os meus primos dizem que terá lá chegado pelo fim da tarde. Aquela mulher só conhecia o caminho da casa onde nascera para a casa onde casara. Nunca fora a parte alguma. Sabia assinar o nome dela, mas do mundo não sabia mais nada. Uma onda de desassossego passava pela casa. No dia seguinte, enquanto lhe prendia uma espingarda na ilharga, um criado de lavoura ainda tentou : "Não vá, lavradora, sabe-se lá o que vossemecê pode encontrar." Mas ela fez-se ao caminho.

Devem ter passado mais de quinze dias sem notícias. Como eu gostava de saber as voltas que deu, quem procurou, como encontrou as pessoas certas, como se moveu num mundo e numa linguagem que ela nem sabia existirem.

A minha avó dizia que, quando ela chegou e saltou da égua, o preto da viuvez vinha tão coberto de poeira que parecia cinzento. Bebeu um copo de água, mandou chamar o cunhado e foi esperá-lo debaixo do alpendre.

Quando ele chegou, Maria Inácia disse: "Olhe, meu cunhado, Não sei explicar bem estas coisas, mas estes papéis que aqui estão não são os verdadeiros. Os verdadeiros estão bem guardados, mas estes valem tanto como os outros. Agora leia. Leia vossemecê, que lê melhor do que eu. E leia em voz alta."

E ele leu, enquanto dos quatro cantos da casa se juntava gente para ouvir. E lá dizia que ela, Maria Inácia Rodrigues, que também assinava apenas Maria Inácia, era dona e legítima proprietária do Vale do Bispo, dos Fitos Grandes, da Terra Nova, da Fragura, das Caveiras Altas e do Serro do Olival. Quando ele acabou de ler e de engolir em seco, ela disse-lhe, na voz mansinha que me contaram que ela tinha: "E agora, meu cunhado, saia daqui e, quando passar por estes lados, passe lá bem longe do portão que cá em casa toda a gente atira bem." Levantou-se, virou-lhe as costas e entrou em casa.

De Maria Inácia estão vivas seis netas, cinco bisnetas e quatro trinetas. Somos completamente diferentes umas das outras. Há-as como eu : cruéis, tristes, violentas, amarguradas e generosas. Como a minha mãe: meigas, práticas, compassivas e implacáveis. Como a minha tia Lila: inteligentes, perspicazes, teimosas e determinadas. Não há duas iguais. Só uma coisa persiste em nós, como um ferrete no nosso código genético: um apuradíssimo instinto de defesa que dispara ao mínimo sinal de perigo.

E, como são engraçadas estas coisas, todas nós atiramos bem.

 
 

Julho 14 2009

Um texto de Jorge Carreira Maia no

www.averomundo-jcm.blogspot.com

 

 

Trabalhos de feitiçaria

 

 

 Por causa deste senhor e da senhora que superintende a educação chegou ao que chegou. Um dos aspectos mais graves é a contínua politização, entendida aqui como luta político-partidária, dos resultados dos exames nacionais. Aquilo que deveria ser motivo de reflexão serena e um indicador socialmente útil transformou-se, devido a certas feitiçarias dos nossos feiticeiros-mores, num espaço estéril de polémica e numa telenovela ao nível daquelas que a Justiça proporciona para gáudio da comunicação social e de nós, pobres indígenas, que não temos nada com que nos entreter. Ontem saíram os resultados dos exames do 9.º ano e logo a maga chefe veio anunciar que o país se deveria congratular com tais resultados, talvez organizar umas festas dos santos populares tão ao gosto das comunidades educativas, digo eu. Já a Associação de Professores de Português exige que o Ministério da Educação, isto é, a Confraria Nacional de Mágicos e Feiticeiros, explique a queda dos resultados, os quais apesar de caírem ainda merecem que o país se congratule com eles, segundo a Maga-Chefe. Portanto, os professores de português que se preparem. Se o PS ganhar as eleições com maioria absoluta lá vão apanhar com mais um daqueles extraordinários planos de salvação, como o que impera na Matemática. A educação tornou-se o refúgio dos amantes do plano. Todos os que adoravam os planos quinquenais soviéticos ou os planos de fomento do Estado Novo Salazarista encontraram um ninho e um nicho para aplicarem as suas inovadoras ideias sobre planeamento e planificação, em última análise ideias que conduzem à terraplanagem do saber e ao achatamento e à rasura do que deveria ser elevado.

 


 


Julho 05 2009

 

  


 


Julho 05 2009

 

 


 


Julho 05 2009

 

   


 


Julho 05 2009

 

Após 17 anos

como médico do Hospital de Alcobaça

(com mais tempo passado no Hospital

do que com a família)

uma despedida

(dolorosa e saudosa!).

A minha eterna amizade e agradecimento

aos presentes na festa

e aos que, não podendo estar presentes fisicamente,

estiveram em espírito!

Até sempre!

 

 

 

 

 


 


Julho 03 2009

 

 

 

 

 

 


Julho 02 2009
Incidente no debate do estado da Nação
 
Manuel Pinho faz chifres para bancada do PCP 
 
02.07.2009 - 17h59 Maria José Oliveira, Nuno Simas
É o caso do debate do estado da Nação de hoje. Tudo porque o ministro da Economia, Manuel Pinho, fez um gesto, colocando os dedos indicadores na testa, a imitar chifres, dirigindo-se a Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP. Manuel Pinho reuniu-se, entretanto, com os ministros Augusto Santos Silva e Pedro Silva Pereira numa das salas do Governo, mas nada se sabe sobre o encontro.

O debate era sobre a situação das Minas de Aljustrel e Bernardino Soares lembrou que Pinho teria ido à vila alentejana “dar um cheque”. Foi então que o ministro reagiu com o gesto que deixou os comunistas e bloquistas ofendidos.

Pouco tempo depois, já o Bloco de Esquerda, partido que estava a usar da palavra no debate, também exigia um pedido de desculpa. Por essa altura, já o Bloco pusera a circular uma imagem de Pinho com os dedos na testa. Foi o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, que admitiu tratar-se “de um excesso”, a pedir desculpas ao PCP. Bernardino Soares aceitou as desculpas.

Manuel Pinho admitiu o excesso – “excedi-me” – e abandonou a Assembleia. Questionado pelos jornalistas, ao abandonar o hemiciclo, Manuel Pinho reconheceu tratar-se de “um gesto desesperado”, mas recusou que o incidente seja suficiente para deixar o Governo. “Absolutamente, sobretudo enquanto safar postos de trabalho”, disse Pinho, que lembrou o esforço – “passámos muitas noites sem dormir” – para tentar “salvar” postos de trabalho nas minas de Aljustrel.

Bernardino Soares afirmou que este caso “é uma triste marca para o debate da Nação”. Depois do pedido de desculpas de Santos Silva, o deputado comunista não falou a Pinho que se terá limitado a acenar com a mão em pedido de desculpas.

Entretanto, Manuel Pinho - que regressou ao debate mas saiu para reunir com Santos Silva e Silva Pereira - já pediu desculpas pessoais a Francisco Louçã, mas o líder bloquista insiste num pedido formal no plenário.

Notícia actualizada às 18h54
 
 

 

 

Rapinado do "PÚBLICO" (www.prensaescrita.com)

 


 


Julho 02 2009

 

 

Ana Silva

 


 

emgestaocorrente às 14:40

Julho 02 2009

 

PINTURA de ANTÓNIO VENTURA
Até 24 de JULHO


Passe um fim de semana único, desfrutando a riqueza paisagísica, ambiental, patrimonial, monumental e gastronómica do norte alentejano - Portalegre, Marvão, Castelo de Vide, Alter e Coudelaria Nacional.
Calma, sossego, qualidade do ar, da terra, da água, dos produtos artesanais e gastronómicos.
Um museu com obras de Paula Rego, Pomar, Graça Morais, Vieira da Silva e tutti quanti!
E a minha exposição, claro!

 

Inauguração
(Eng.º Mata Cáceres - Presidente da CM, Dr.ª Helena Nabais - Vereadora, Sofia - coautora de algumas telas, António Ventura, Dr. Polainas - Vereador.

 

 

    


 


Julho 01 2009

 

 

 

 

 


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