O Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentou a semana passada uma nova estimativa sobre a evolução demográfica do nosso país para os próximos 50 anos.
Conjugando a evolução previsível de vários factores (fecundidade, mortalidade, migrações) traçam vários cenários para 2060.
O cenário que consideram mais provável baseia-se na hipótese de que o número de filhos por mulher em idade fértil subirá ligeiramente (de 1,3 para 1,6), que a esperança de vida subirá gradualmente de 82 para 87,9 anos e que o saldo migratório (diferença entre entradas e saídas do país) também crescerá.
Neste caso, estima-se que haverá 271 idosos para cada 100 jovens, bastante mais do que acontece agora (116 para 100).
O rácio de dependência de idosos (relação entre a população idosa e a população entre os 15 e os 64 anos) também vai aumentar de 3,8 activos para cada idoso (2007) para 1,8 para 1 em 2060.
Estes factos colocam problemas de solução extremamente difícil:
1. Como assegurar o Estado Social e manter as prestações sociais, especialmente as reformas, se vai haver cada vez mais gente e durante mais anos a receber e cada vez menos activos a contribuírem para sustentar o sistema?
2. Como financiar o sistema de saúde se este envelhecimento acelerado vai exigir cada vez mais recursos humanos, técnicos e financeiros e se as despesas vão disparar com o peso cada vez maior de doentes com poli patologias e com doenças crónicas que vão durar cada vez mais tempo?
(Post escrito com base em reportagem do Público de 20 de Março, pág.9)