Em gestão corrente ...como o País...

Abril 26 2007

 

 

 

Os Reis Magos - Baltazar

   

 


 

 

 

emgestaocorrente às 22:58

Abril 26 2007

            

   

Cansado de ser homem durante o dia inteiro

chego à noite com os olhos rasos de água.

Posso então deitar-me ao pé do teu retrato,

entrar dentro de ti como um bosque.

   

É a hora de fazer milagres:

posso ressuscitar os mortos e trazê-los

a este quarto branco e despovoado,

onde entro sempre pela primeira vez,

para falarmos das grandes searas de trigo

afogadas na luz do amanhecer.

     

Posso prometer uma viagem ao paraíso

a quem se estender ao pé de mim,

ou deixar uma lágrima nos meus olhos

ser toda a nostalgia das areias.

    

   

Eugénio de Andrade

in "As palavras interditas"

   

 


 

emgestaocorrente às 22:48

Abril 26 2007

            

     

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zêlo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

    

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei-de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.

    

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

    

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

    

    

Vinicius de Moraes

in "O Poeta Apresenta o Poeta"

  

 


 

emgestaocorrente às 19:48

Abril 26 2007

    

      José Pacheco Pereira publica, hoje, no seu blogue Abrupto   o excelente texto que abaixo, e com a devida vénia, se transcreve.   

              

(JPP)

COISAS DA SÁBADO: ASCENSÃO E QUEDA DO “CASO” SÓCRATES



O caso Sócrates começou por uma trivialidade: o político Sócrates usava sem rigor classificações e títulos académicos antes de os ter e quando não os tinha. Era pouco importante, mas era noticiável numa democracia em que se espera rigor da biografia oficial dos governantes. Podia ter imediatamente admitido que isso fora um engano, uma leviandade, um “uso social” descuidado, ou mesmo uma reivindicação (as escolas por onde tinha andado para se formar como “engenheiro técnico” reivindicavam a titularidade de “engenheiro”). Mesmo que admitisse ter sido um erro, a questão morria logo ali sem danos especiais para o Primeiro-ministro. Corrigia a sua biografia oficial e fechava o assunto.

Sócrates fez exactamente o contrário. Acantonou-se em versões progressivamente mais contraditadas e para cada cavadela saiam várias minhocas. Ele parece ter um toque de Midas especial: qualquer documento que lhe diz respeito tem alguma coisa de errado. Ou são as disciplinas, ou são as notas, ou são as datas, ou são as versões, ou são as contradições. Até a Universidade Independente, no seu estertor, admite haver “falsificações”. Ele pode de facto estar a ser vítima de uma conspiração, mas não é pelas questões que lhe são colocadas pelo seu trajecto académico, é pelos papéis que estão nos seus dossiers.

Depois, ele próprio e o seu poderoso gabinete – digo poderoso porque vários jornalistas andaram a gabar a sua capacidade de “controlar” a agenda, o que é um interessante atestado de menoridade a si próprios – fizeram tudo para impedir as notícias. Primeiro, fizeram tudo para impedir o Público de dar o salto crucial de levar a informação que já existia nos blogues para a imprensa “séria”; depois fizeram tudo para impedir que outros jornais pegassem na notícia e, em particular, que chegasse à televisão; por fim, invadiram o espaço público de sucessivas e contraditórias explicações para aumentar a confusão.

Agora está-se na fase de demonizar quem ainda quer esclarecer aquilo que não está esclarecido. Não é difícil. Muitos órgãos de comunicação social só pegaram na questão a contra-gosto, e quando não a podiam evitar. Desenvolveu-se uma interpretação conveniente para encerrar o assunto com a entrevista do Primeiro-ministro, que todos sabem não respondeu (nem foi perguntado) sobre muita coisa. Mostrando uma rara contenção muitos órgãos de comunicação fecharam-se num silêncio que não é apenas silêncio: é uma crítica aos seus colegas que continuam a interessar-se pelo assunto.

Por fim, não há governo, seja este seja outro (com excepção do de Santana Lopes e mesmo assim...) que não concite a nossa mecânica do “consenso” que junta sempre poderosos interesses à sua volta, materiais e espirituais. Este, até pela sua maior legitimidade política e pelo mérito do que fez, pelo apoio institucional que recebeu nos momentos decisivos do PR e da PGR, e pela sensação de falta de alternativa, ainda mais “consenso” produz. Por isso se cobrirá tudo com uma redoma ao mesmo tempo frágil e blindada e o tempo fará o seu efeito de esquecimento. Até um dia.

            

       



Abril 19 2007

           

      O Boletim Económico da Primavera do Banco de Portugal, publicado na 3ª feira menciona um novo record para as receitas fiscais em Portugal.

      Com efeito a receita fiscal atingiu 37% da riqueza produzida no país, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto).

      De 2005 para 2006 a receita fiscal aumentou 6,1%.

             

      Se você não é socialista, não foi nomeado para nenhum job, não tirou cursos universitários ao domingo com trabalhos de 1 página A4 e não tem terrenos na Ota, as minhas condolências!

     


 


Abril 19 2007

         

      A revista Visão, citada pelo Portugal Diário, afirma que estão a ser feitos planos para uma megacidade com uma "mancha gigante de indústrias de ponta e serviços empresariais variados" junto do futuro aeroporto da Ota.

      O projecto está a ser estudado pela "Augusto Mateus e Associados " (ex-ministro da Economia de Guterres - o que fugiu do pântano em que colocou o país).

      Os terrenos possíveis estão a ser estudados com as Câmaras de Alenquer (PS), Azambuja (PS), Benavente (PCP), Cartaxo (PS)  e Rio Maior (PS).

      A NAER (empresa pública do novo aeroporto) estima em mais de 4.000 hectares de terrenos necessários (4.000 estádios de futebol).

      Segundo uma imobiliária consultada pela revista Visão, um terreno agrícola no Carregado custa 3 € por m² ; para espaço industrial subirá para 150 € - uma valorização superior a 4.900% !!!

   

      Se você é um socialista prevenido que já comprou terrenos agrícolas naquel zona, parabéns!  Acaba de ganhar um jackpot!

     

 


 

emgestaocorrente às 22:19

Abril 19 2007

   

 

 

    

      


 

 

emgestaocorrente às 22:05

Abril 19 2007

           

que eu sempre fui bom cavaquista

nem é preciso repeti-lo:

anos depois já só se avista

tanto canário, tanto grilo,

tanto gorgeio, tanto trilo

que de promessas se guarnece:

um mundo e outro, isto e aquilo,

e o povo tem o que merece.

    

vi engrossar de boys a lista,

vi saltitar mais do que esquilo,

de galho em galho ser artista,

e armar o estado em crocodilo.

voracidade? era do estilo.

economia? ai que arrefece!

vi Portugal vendido ao quilo

e o povo tem o que merece.

     

vi muito pássaro na pista

já de asa murcha e intranquilo,

já sem alface nem alpista

e já sem grão dentro do silo,

secou a teta e o mamilo,

chegou a hora, chega o stress.

há vários anos que eu refilo,

e o povo tem o que meece.

    

senhor, na entrada deste asilo,

mordeu-se a isca da benesse

e o povo tem o que merece.

                     

        

     

Vasco Graça Moura

   

(feito durante o interregno guterrista, novamente actual - pobre país!)

         

   


 

emgestaocorrente às 20:38

Abril 18 2007

         

Post rapinado do blogue "A revolta das palavras"

(www.revoltadaspalavras.blogspot.com)       

17.4.07

Holy shit! Será isto inglês técnico?

Da próxima vez que o primeiro-ministro vier, com aquele ar empertigado que o caracteriza como um ademane de importância, exigir «rigor» e «uma «cultura de qualidade e de exigência» aos portugueses, permitam-me que me largue a rir dele e a chorar pelo país.
Há pais deste país deste primeiro-ministro a pagar fortunas para ter um filho a estudar no estrangeiro porque as Universidades portugueses, sob a batuta do Governo, exigem médias extravagantes para admitirem estudantes.
Claro que os moralistas façanhudos, catões dos nobres princípios, polícias dos costumes alheios, agora de hímen ético tão complacente, desdobram-se em argumentos, disfarces e justificações: avençados do interesse, beneficiários do relaxe, tudo compreendem e com tudo convivem. Ouvindo-os, começo a pensar que o país se está a tornar parecido com o primeiro-ministro, a trapalhada, o faz de conta, o deixa lá.

 


Abril 16 2007

Programa de música de swing,

aos domingos às 00H07.

Para ouvir, clique no símbolo abaixo.

 

 

Link do ficheiro áudio em formato Windows Media Áudio

 


 

 

emgestaocorrente às 22:03

Abril 16 2007

    

De 2ª a 6ª às 17h55 e às 22h55.    

Programa de 13.04.2007, com Sonny Stitt.

Para ouvir clique no símbolo abaixo

Link do ficheiro áudio em formato Windows Media Áudio

 


 


Abril 16 2007

 

 

 

 

        

 

Onde o mar acaba, 81x100, 2006

 

 


 

 

 

emgestaocorrente às 20:40

Abril 16 2007

   

 

  

 

  


 

emgestaocorrente às 19:40

Abril 16 2007

           

              

Com a noite me deito

com o dia me levanto

canta-me um pássaro no peito

vai-me a tristeza no canto

    

vai-me a tristeza no canto

como um cavalo no prado

seca-me a água do pranto

deste rio desatado

     

 

Luis Pignatelli

in "Obra Poética", 1999

  

(Vitorino, com este poema, fez uma extraordinária canção)

    

 


 

emgestaocorrente às 19:32

Abril 16 2007

 

 

         

                  


 

 

emgestaocorrente às 19:20

Abril 16 2007

 

 

 

         

                     

Uma igreja matriz com a dignidade de uma Sé (que esteve para ser)

   

      

 


 

emgestaocorrente às 19:07

Abril 16 2007

 

 

 

 

  

 

  

 


 

emgestaocorrente às 00:23

Abril 15 2007

           

        

      Marques Mendes, líder do PSD, defendeu ontem, em Coimbra, várias reformas na politica de educação (do pré-escolar ao secundário), das quais se destacam:

  • cada escola deve escolher o seu pessoal docente e não docente, com sistemas remuneratóros próprios e diferenciados;
  • cada escola deve gerir o seu calendário, horários e cargas lectivas;
  • o Ministério deve apenas desempenhar um papel de regulação e de fiscalização.

      Estas medidas são de uma necessidade tão evidente que parece impossível a realidade consistir exactamente no contrário.

      Entretanto, recorde-se que Portugal já é o país que mais gasta em educação (expresso em termos de percentagem do PIB) mas continua a ser o que piores resultados apresenta!

    

      E já agora: porque não estender estas medidas a outros sectores (como a saúde) onde o centralismo está cada vez mais asfixiante, servindo as ARS e os seus boys apenas como correia de transmissão da vontade ditatorial do ministro e para o pouparem aos custos politicos dos primeiros embates dos constantes conflitos por ele, arrogantemente, provocados?

      

      

 

 



Abril 15 2007

            

      Carlos Farinha Rodrigues (Professor do ISEG) revelou ontem, na conferência sobre inclusão organizada pelo Presidente da República que:

  • os pobres portugueses estão cada vez mais pobres,
  • a distância que os separa dos ricos é muito maior em Portugal do que nos outros países europeus,
  • a distância que separa o rendimento médio dos 20% mais pobres do rendimento médio dos 20% mais ricos está bastante acima da média europeia (essa ditância é de 4,9 na UE e de 8,2 em Portugal!)
  • e que as politicas sociais de inclusão são muito menos eficazes que na UE (enquanto na Europa as transferências sociais permitiram reduzir a taxa de pobreza de 26 para 16%, em Portugal essa redução foi, apenas, de 26 para 20% !).

(com base a reportagem publicada no Público de hoje)

             

                    

 



Abril 15 2007

 

 

         

 

          Casa Mousinho da Silveira

        (em turismo de habitação)

   

 


 

 

 


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